O abastecimento de água de cerca de 14 milhões de pessoas pode ser prejudicado no Rio de Janeiro, caso uma pilha de escória da Companhia Siderurgica Nacional, acumulada às margens do Rio Paraíba do Sul, contamine o manancial. O material está no bairro Brasilândia, em Volta Redonda, no Sul Fluminense.
A situação já dura anos e preocupa os moradores da cidade. Dona Sueli Barbosa, que vive de frente para o rio e para a montanha de escória, diz que, quando chove, é possível sentir um forte odor.
A CSN diz que não há risco de deslizamento da substância para a água e que a escória não é poluente.
A escória entrou na mira do Ministério Público, do Instituto Estadual do Ambiente e da Assembleia Legislativa em 2018. Uma ação na Justiça chegou a obrigar a CSN a limitar o tamanho dessa pilha a 8 metros. Mas a montanha artificial ultrapassa os 20 metros de altura, mesmo sob risco de multa. Na opinião do advogado Luiz Gustavo Cavalcanti, que acompanha o caso representando a sociedade civil, o problema se arrasta devido à inércia do poder público e das multas consideradas baixas para os padrões financeiros da CSN.
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiental disse que uma ação obriga a CSN a manter o equilíbrio entre o que entra e o que sai do pátio de escória e que a remoção deve ser iniciada pelas margens do rio. O Ministério Público informou que tem pedido que a empresa comprove o cumprimento do acordo e que cobra do INEA a fiscalização da redução da escória. Já a CSN afirmou que realiza o escoamento, retirando mais do que deposita, que realiza o esvaziamento gradativo do pátio e que em 2023, a redução foi de cerca de 500 mil toneladas.