
A Polícia Civil acredita que um erro na construção do pilar foi determinante para o acidente que provocou a morte de uma menina de 7 anos em um condomínio no Recreio, na Zona Oeste do Rio.
O laudo da perícia feita no local aponta que a pilastra que caiu sobre a vítima foi construída sem respeitar os padrões mínimos necessários estipulados pela ABNT, a Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Segundo o documento, o pilar foi fixado na laje por vigas de aço colocadas a apenas quatro, três ou até mesmo dois centímetros de profundidade.
O laudo ressalta que, para cumprir o mínimo exigido, elas deveriam estar a uma profundidade de pelo menos 10 centímetros, ou seja, em média três vezes mais do que o encontrado pelos peritos.
A perícia foi feita no último dia 4, mesmo dia do acidente que matou Maria Luísa Oldembergas. Seis crianças estavam brincando no playground quando uma das pilastras que sustentavam uma rede de descanso caiu sobre a menina.
Segundo a perícia, ela foi encontrada com "lesões no crânio e na face, provocadas pelo tombamento do pilar sobre a vítima".
Para o delegado Alan Luxardo, responsável pelo caso, está claro que houve erro na construção, mas ainda é preciso esclarecer se falha ocorreu no projeto, na execução ou em alguma eventual reforma.
Na avaliação do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio, Sydnei Menezes, a tragédia poderia ter sido evitada se todas as regras de construção fossem devidamente cumpridas.
O laudo também aponta que, como o prédio foi construído há aproximadamente 15 anos e o local tem aspecto preservado, tudo indica que o espaço passou por reformas desde a inauguração. Os investigadores analisam se as modificações foram apenas decorativas ou afetaram a estrutura do pilar.
A Polícia Civil pediu que o condomínio entregue o projeto estrutural das pilastras e a documentação das reformas feitas no local do acidente, assim como o laudo da última autovistoria realizada no prédio, que deve ocorrer a cada cinco anos.
O caso é investigado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Em nota, a Construtora Calçada lamentou o ocorrido, disse que entregou o empreendimento há mais 15 anos e garantiu que está à disposição das autoridades para a elucidação dos fatos.
Procurada, a defesa do condomínio não se posicionou.