O Consulado do Paraguai, o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Federal trabalham em conjunto para definir os próximos passos após o resgate de 19 paraguaios em situação análoga à escravidão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, nesta segunda-feira (20). Os trabalhadores estavam em uma fábrica clandestina de cigarros falsificados, alvo da Operação Libertatis da Polícia Federal.
Agora, as investigações tentam identificar os integrantes da organização criminosa, especializada em fabricação e venda ilegal de cigarros clandestinos com atuação em todo o estado do Rio de Janeiro.
Os estrangeiros foram trazidos do Paraguai com os olhos vendados, com a justificativa de que iriam trabalhar em comércio de produção de roupas. Os responsáveis pelo tráfico de humanos prometeram que os paraguaios teriam uma vida melhor no Brasil.
Ainda de acordo com as investigações, as vítimas moravam dentro da fábrica e trabalhavam sete dias por semana sem as mínimas condições de higiene, com esgoto a céu aberto e resíduos da produção dos cigarros. Os paraguaios não recebiam remuneração e ficavam presos no estabelecimento clandestino.
Os 19 resgatados afirmaram que não sabiam o endereço da fábrica. Os estrangeiros relataram que apenas uma pessoa armada e mascarada mantinha contato com eles.
Os estrangeiros foram levados para a Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, na Zona Portuária da capital fluminense.
Um cachorro também foi resgatado e adotado por uma funcionária do Consulado do Paraguai. O filhote recebeu o nome de "Libertatis", em alusão à operação da PF.
Os responsáveis podem responder pelos crimes de tráfico de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, fraude no comércio, sonegação por falta de fornecimento de nota fiscal e delito contra as relações de consumo.
O Ministério Público e a Receita Federal participaram da operação, que cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.