Era por meio de mergulhadores profissionais que um grupo criminoso escondia cocaína nos cascos de navios. A quadrilha foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (24). Os investigadores descobriram ainda que o esquema de tráfico de drogas internacional, que tinha ligação com o Comando Vermelho, contava também com o apoio de funcionários do porto, que apresentavam ao grupo criminoso as rotas das embarcações que atracavam no Rio.
Quatro pessoas foram alvo de mandados de prisão na ação, que também cumpriu seis de busca e apreensão em endereços na capital, na Baixada Fluminense e em Niterói, na Região Metropolitana.
Entre os presos, está Emerson Gonçalves Buckmann que, segundo a Polícia Federal, seria um dos mergulhadores que participavam do esquema milionário. O advogado dele, Jonathan Melo, diz que Emerson já havia sido preso neste ano, acusado do mesmo crime, e depois solto, em processo na esfera estadual. Melo nega que o cliente tenha qualquer tipo de envolvimento com o esquema.
Outro preso na operação desta quarta-feira (24) é Adriano Peçanha, apontado como o responsável por convocar mergulhadores e funcionários do porto.
As investigações começaram em 2021, quando a Polícia Federal flagrou o esquema. Na ocasião, os criminosos foram inclusive filmados se aproximando do navio em um barco.
Nos cascos de embarcações que seguiam para a Europa, eles colocavam cloridrato de cocaína, a forma mais pura da droga. A droga, que era armazenada em depósitos no Complexo da Penha, na Zona Norte, era levada para outros países, como a Bélgica, a França, a Holanda e a Alemanha.
Na ação desta quarta, a Polícia Federal ainda apreendeu um carro de luxo, celulares, computadores e documentos. Ao longo das investigações, cerca de uma tonelada e meia de cloridrato de cocaína foi apreendida.