PF faz operação para apurar fraudes em cartão de vacina de Bolsonaro

Um dos alvos é o atual secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis

Por João Boueri

Polícia Federal
Reprodução/PF

O secretário de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana do Rio, Washington Reis, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (4) cumprido pela Polícia Federal, em ação que investiga fraudes contra sistema de vacinação do Ministério da Saúde na época da imunização contra a Covid-19. Os agentes estiveram na casa do político em Xerém, na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A segunda fase da Operação Venire da Polícia Federal foi deflagrada contra agentes publicos vinculados ao município. Segundo as investigações, eles seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos da vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Os agentes também tentam identificar novos beneficiários do esquema fraudulento.

Dois mandados de busca emitidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, são cumpridos em Duque de Caxias e na cidade do Rio de Janeiro.

As investigações da PF apontam que foi montada uma estrutura criminosa na Secretaria de Saúde de Duque de Caxias para inserir dados falsos de vacinação beneficiando aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para que eles pudessem burlar as regras sanitárias impostas durante a pandemia de Covid-19. Os crimes teriam acontecido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Segundo o relatório da PF, as duas doses da vacina Pfizer registradas em nome de Bolsonaro foram inseridas de maneira irregular. Elas teriam sido aplicadas em Duque de Caxias.

Os investigadores também suspeitaram da aplicação de três doses em nome do tenente-coronel Mauro Cid e das filhas também no centro municipal de saúde da cidade da Baixada Fluminense. Eles residem em Brasília desde 2020.

A investigação também destaca que os dados de vacinação da filha mais nova de Bolsonaro, de aliados, da esposa do tenente-coronel Mauro Cid e do deputado federal Gutemberg Reis, irmão de Washington Reis, que também teria sido beneficiado, foram foram adulterados. O esquema também inseriu dados em nome de filhos, sobrinhos e cunhado de Gutemberg.

A Polícia Federal já tinha indiciado o ex-presidente e outras oito pessoas no relatório final do inquérito. Entre elas, Mauro Cid e Gutenberg Reis.

A Operação Venire foi deflagrada em maio de 2023. Na ocasião, foram presos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e outras cinco pessoas. Entre elas, o sargento Luis Marcos dos Reis, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, o policial militar Max Guilherme, o militar do Exército Sérgio Cordeiro, e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Procurada, a Prefeitura de Duque de Caxias disse que aguarda informações da Polícia Federal para saber do que se trata a operação. A BandNews FM aguarda posicionamento do Governo do Rio e do secretário de transportes, Washington Reis. 

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