A Polícia Federal é notificada para incluir o nome de Uwe Hebert Hahn na lista de procurados e foragidos da Interpol. O cônsul alemão voltou para seu país de origem ontem, horas antes de se tornar réu por homicídio com dolo eventual – quando se assume o risco de matar – triplamente qualificado.
Ele é acusado de matar o marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, no último dia 5, no apartamento onde moravam, em Ipanema, na Zona Sul.
O juiz Gustavo Gomes Kalil, 4ª Vara Criminal do Rio, determinou que o diplomata seja preso preventivamente de novo. Para o magistrado, a ida de Uwe para a Alemanha mostra que ele não pretende se submeter à aplicação da lei penal. O juiz destacou ainda que crime foi cometido por suposto motivo torpe devido ao alegado sentimento de posse, em tese meio cruel, com severo espancamento e, ainda, recurso que teria dificultado a defesa da vítima, que estava sob influência de bebida alcoólica e remédios para ansiedade.
Gustavo Kalil lembrou que Uwe chegou a mentir para a polícia afirmando que o marido havia morrido por acidente. Ele também citou que o irmão de Walter, em depoimento, disse que o cônsul seria usuário de drogas pesadas e semanas antes teria agredido o belga.
O Ministério Público apresentou a denúncia contra o diplomata ontem de madrugada. Uwe Herbert Hahn deixou a cadeia na sexta-feira passada beneficiado por uma decisão da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Rio.