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Ex-deputado, é alvo de ação da PF sobre fraude em cartão de vacina de Bolsonaro

A Polícia Federal apreendeu aproximadamente R$ 200 mil em espécie na casa de Washington Reis

Por João Boueri

Ex-deputado, é alvo de ação da PF sobre fraude em cartão de vacina de Bolsonaro
Tomaz Silva/Agência Brasil

A Polícia Federal apreendeu aproximadamente R$ 200 mil em espécie na casa do ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana do Rio, Washington Reis, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, em ação que investiga fraudes contra o sistema de vacinação do Ministério da Saúde na época da imunização contra a Covid-19. O montante estava divido em notas de real, dólares e euros.

Os agentes estiveram na casa do político em Xerém, na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e apreenderam documentos. O político negou as acusações de envolvimento com as irregularidades.  

A segunda fase da Operação Venire da Polícia Federal foi deflagrada contra agentes publicos vinculados ao município. Segundo as investigações, eles seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos da imunização. Os agentes também tentam identificar novos beneficiários do esquema fraudulento.  

A atual secretaria municipal de Saúde de Caxias, Célia Serrano, também foi alvo da PF. Os dois mandados de busca foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

As investigações da PF apontam que foi montada uma estrutura criminosa para beneficiar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para que eles pudessem burlar as regras sanitárias impostas durante a pandemia de Covid-19. Os crimes teriam acontecido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Segundo o relatório da PF, as duas doses da vacina Pfizer registradas em nome de Bolsonaro foram inseridas de maneira irregular. Elas teriam sido aplicadas em Duque de Caxias.  

Os investigadores também suspeitaram da aplicação de três doses em nome do tenente-coronel Mauro Cid e das filhas também no centro municipal de saúde da cidade da Baixada Fluminense. Eles residem em Brasília desde 2020.  

A investigação também destaca que os dados de vacinação da filha mais nova de Bolsonaro, de aliados, da esposa do tenente-coronel Mauro Cid e do deputado federal Gutemberg Reis, irmão de Washington Reis, que também teria sido beneficiado, foram foram adulterados. O esquema também inseriu dados em nome de filhos, sobrinhos e cunhado de Gutemberg.  

O secretário Washigton Reis negou as acusações, criticou a operação da Polícia Federal em ano de eleição municipal e defendeu Célia Serrano.

A Polícia Federal já tinha indiciado o ex-presidente e outras oito pessoas no relatório final do inquérito. Entre elas, Mauro Cid e Gutenberg Reis.

A Operação Venire foi deflagrada em maio de 2023. Na ocasião, foram presos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e outras cinco pessoas. Entre elas, o sargento Luis Marcos dos Reis, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, o policial militar Max Guilherme, o militar do Exército Sérgio Cordeiro, e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Em nota, o Governo do Rio disse que não há fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis.

Procurada, a Prefeitura de Duque de Caxias disse que a operação não teve como alvo nenhum órgão vinculado à municipalidade. Com relação aos mandados dirigidos a pessoas físicas, a Prefeitura afirma que não se manifestará.

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