Desde a tragédia que matou mais de 240 pessoas nos temporais de fevereiro e março deste ano, Petrópolis ainda tem cerca de 40 quilômetros de rios sem dragagem. A informação é da Companhia Municipal de Desenvolvimento de da cidade da Região Serrada do Rio. Ainda de acordo com a Comdep, por causa das chuvas, os córregos estão quatro metros mais estreitos e o assoreamento reduziu a profundidade em um metro e vinte centímetros.

O presidente do órgão, Leonardo França, afirma que Petrópolis corre contra o tempo e se o Governo do Estado não fizer a parte dele, a cidade vai viver pode viver mais catástrofes com a proximidade da época de temporais.

A Prefeitura notificou por duas vezes o Inea sobre a necessidade dos serviços. O primeiro ofício foi em dezembro do ano passado e o segundo, em janeiro deste ano. Até hoje, o Governo do Estado não respondeu aos documentos.

A dragagem dos rios de Petrópolis é de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente. A Prefeitura também realiza o serviço, mas os recursos vêm, na maior parte, do Governo do Rio.

Em audiência judicial, no último dia 23, o Inea alegou falta de recursos para investir em mais máquinas e equipamentos. São necessários aproximadamente R$ 15 milhões. 

O argumento foi questionado pelo Ministério Público. O promotor de Justiça do Grupo de Apoio Técnico Especializado chamou a atenção para os recursos disponíveis para esta finalidade, no Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano. José Alexandre Maximino lembrou que há, atualmente, R$ 1,5 bilhão no FECAM. Diante do questionamento, o Inea prometeu disponibilizar o recurso até esta sexta-feira (15). A liberação não veio. 

Em nota, o Inea se limitou a informar que se reuniu com o Conselho do FECAM, na última sexta-feira (15). Ainda de acordo com a nota, no encontro o órgão ambiental estadual apresentou projeto para ampliação das ações de limpeza e desassoreamento dos rios em Petrópolis e que, o projeto foi aprovado pelos conselheiros, com o aporte de recurso necessário para as ações.