A cidade de Petrópolis, na Região Serrana, pode passar por mais dois verões antes da conclusão das obras do Túnel Extravasor. O edital de licitação dos trabalhos prevê a finalização em um ano e seis meses a partir da assinatura do contrato, o que ainda não aconteceu.
O túnel é uma galeria subterrânea que desvia as águas do Rio Palatino para o Rio Piabanha e funciona como uma válvula de escoamento, que pode evitar novas tragédias em casos de fortes chuvas. Cerca de 70% da água que corta a cidade passa pelo Extravasor.
Moradora de Petrópolis, a auditora Catarina Borsatto resume o sentimento da população em uma palavra: angústia.
A primeira fase das obras terminou em março, mais de um ano após o temporal que deixou mais de 240 mortos, em fevereiro do ano passado. A licitação para a segunda fase de obras foi realizada no dia 28 de julho. Nesta sexta-feira (18), uma das duas empresas que enviaram proposta foi inabilitada, mas ainda pode apresentar recurso em até cinco dias.
A contagem do prazo para a entrega da obra começa cinco dias após a assinatura do contrato. Isso significa que, mesmo que a empresa não recorra e o contrato seja assinado o mais rápido possível, as obras podem terminar só no fim de fevereiro de 2025.
A primeira fase de trabalhos incluiu o reforço estrutural do túnel para evitar o risco de erosões, desabamentos e inundações no Centro e no bairro Quissamã, além do desassoreamento da galeria. A próxima etapa, que deve custar R$ 43,5 milhões, prevê reparos nas comportas, jateamento de concreto para proteção nas paredes e no teto e a concretagem no fundo do túnel.
A estrutura, que tem 3,2 quilômetros de extensão, não recebia intervenção desde 1960, quando foi construída.