Petrobras: Trocas na presidência podem afastar investidores, dizem especialistas

Nesta segunda-feira (23), o Governo Federal anunciou a saída de José Mauro Coelho, depois de quase 40 dias no cargo

Gabriela Morgado

Empresa tem tido trocas frequentes na presidência Fernando Frazão/Agência Brasil
Empresa tem tido trocas frequentes na presidência
Fernando Frazão/Agência Brasil

As rápidas trocas na presidência da Petrobras podem afastar investidores e ter impacto negativo para a companhia no médio prazo, segundo especialistas. Nesta segunda-feira (23), o Governo Federal anunciou a saída de José Mauro Coelho, depois de quase 40 dias no cargo.  

É a terceira troca na presidência da estatal, desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, em 2019.

O planalto indicou Caio Mário Paes de Andrade para o cargo, que era responsável pela Secretaria de Desburocratização no Ministério da Economia. Ele é um nome de confiança do ministro da Economia, Paulo Guedes.

O professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas Mauro Rochlin diz que as mudanças causam insegurança nos investidores sobre a governança da Petrobras.

Em comunicado, o Governo disse que o Brasil vive um momento "desafiador", por causa dos efeitos da "extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais." Para Mauro Rochlin, a indicação de Caio Paes de Andrade demonstra a intenção do Governo de mudar a política da Petrobras.

A colunista de Economia da BandNews FM, Juliana Rosa, afirma que a ideia é que os reajustes dos preços dos combustíveis sejam mais espaçados, com aumentos em períodos de 100 dias, segurando os valores para as distribuidoras e para os consumidores. De janeiro a março, o lucro da Petrobras foi de R$ 44,5 bilhões. Mas Juliana Rosa explica que as medidas geram um receio de desabastecimento no país.

Segundo a Petrobras, ainda não há data para o Conselho de Administração da empresa analisar o nome de Caio Paes de Andrade para a presidência.

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