A Petrobras inicia em agosto a segunda fase do projeto de acolhimento a vítimas de assédio sexual na companhia. Segundo a estatal, a iniciativa faz parte do trabalho interno de investigação e combate a esse tipo de crime envolvendo funcionários. Uma equipe multidisciplinar especializada vai estar disponível para escuta e atendimento das pessoas afetadas nas instalações da Petrobras.
Em nota, a companhia classificou essa etapa como uma evolução da primeira fase do Canal de Acolhimento, lançada em maio, quando foram abertos canais voluntários de atendimento on-line, telefônico e presencial.
De acordo com investigação interna da estatal, dez casos de assédio sexual e importunação sexual aconteceram dentro da Petrobras, entre 2019 e 2022. Foram analisadas 81 denúncias de funcionárias nos últimos três meses. Um caso ainda segue em apuração.
O número questionado é pela Federação Nacional dos Petroleiros. Na análise da entidade sindical, um fator que pode dificultar a apuração é o tempo, já que muitos dos episódios de assédio ocorreram há vários anos. Para a diretora da federação, Natália Russo, é necessário cobrar esclarecimentos sobre as investigações e medidas contra gestores que teriam sido coniventes.
Em março, um petroleiro da Petrobras foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por assédio e importunação sexual. De acordo com a estatal, ele já não faz parte do quadro de funcionários.
Em nota, a Petrobras reafirmou que não tolera nenhum tipo de violência, em especial as violências de natureza sexual e que, desde o início da atual gestão, quando tomou conhecimento de casos graves de assédio ocorridos até 2022, assumiu o compromisso de identificar necessidades de melhorias nos processos de denúncia e investigação.