A Petrobras espera concluir até o fim do mês um estudo para avaliar mudanças na política de pagamentos de dividendos aos acionistas. O anúncio foi feito pela diretoria da empresa nesta quarta-feira (19), em um evento com jornalistas.
A promessa é que o porcentual pago aos acionistas esteja alinhado aos valores praticados pelas maiores companhias de petróleo e gás do mundo. A expectativa é de que o próximo pagamento, referente ao segundo trimestre do ano, já seja feito seguindo as novas diretrizes.
Em abril, o Conselho de Administração aprovou a distribuição de mais de R$ 222 bilhões em dividendos. A medida foi alvo de duras críticas do presidente Lula, que classificou o pagamento como absurdo.
Para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a empresa estava sendo preparada para ser vendida na gestão anterior e a liberação de uma porcentagem alta de dividendos fazia parte dessa política.
O diretor financeiro Sérgio Caetano Leite afirma que uma eventual mudança no pagamento de dividendos pode permitir a ampliação dos investimentos da companhia, mas destaca que qualquer alteração precisa passar pelo Conselho de Administração.
Durante o evento, a diretoria da Petrobras também afirmou estar confiante com a aprovação das licenças para exploração de Petróleo na chamada Margem Equatorial, faixa marítima que se estende do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte. Em maio, o Ibama negou a licença para perfuração de um poço na bacia da Foz do Amazonas. A companhia já recorreu e alega que vai atender todas as exigências ambientais.
Outra frente de negócios apontada pela empresa é a de energias renováveis. Segundo Jean Paul Prates, a produção de energia eólica em alto mar na costa brasileira vai ser a mais competitiva do mundo devido ao seu baixo custo.
Jean Paul Prates ainda defendeu a nova política de preços dos combustíveis, que foi anunciada em maio e é menos dependente das variações do mercado internacional.
Sobre as denúncias de assédio dentro da empresa, a diretoria alegou que deu início a grandes campanhas de educação e aprimorou os canais de atendimento. Das 81 denúncias recebidas até 2022, 10 casos foram confirmados e cinco funcionários foram demitidos.