Pesquisadores constatam que há esgoto in natura despejado na Baía de Guanabara

A última coleta foi realizada após o processo de desvio do Rio Carioca para a tubulação do interceptor oceânico e do emissário submarino

João Boueri*

Há três semanas, despejo de esgoto já havia sido constatado
Reprodução/TV Band Rio

Em teste realizado no sábado (7), pesquisadores que monitoram o Rio Carioca flagraram alta turbidez da água, cheiro de mofo, coliformes, como dejetos, e o maior nível de nitrato desde o início das coletas na foz do rio, na Praia do Flamengo, em quase 10 anos. A constatação é de que ainda há esgoto in natura sendo despejado na Baía de Guanabara.

A última coleta foi realizada após o processo de desvio do Rio Carioca para a tubulação do interceptor oceânico e do emissário submarino. A principal suspeita do grupo de pesquisa é que há ligações clandestinas de esgoto no rio.

A pesquisadora do grupo observatório do Rio Carioca, da Fundação S.O.S Mata Atlântica, Maria Lobo, criticou a transição abrupta entre o fechamento da Unidade de Tratamento da Praia do Flamengo e a colocação do interceptor oceânico.

Maria Lobo ainda lembrou da superbactéria que foi encontrada em dezembro de 2014 por pesquisadores da Fiocruz no Rio Carioca.

Em 2019, passou a ser obrigatória a análise das ligações de esgoto nas residências.

A unidade de tratamento foi fechada após o encerramento do contrato com a concessionária que atuava no local. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a transferência foi feita ao Estado por meio de publicação no Diário Oficial, sob a operação da Concessionária Águas do Rio que afirma que as unidades de tratamento não integram a concessão.

*Estagiário sob supervisão de Luanna Bernardes

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