Pesquisa sobre operação que deixou 23 mortos na Vila Cruzeiro divulga resultados

Segundo o levantamento, 52,1% dos entrevistados eram contra a decisão do STF que restringiu ações em comunidades, e 43,3% acharam a operação adequada

Mariana Procópio

Polícia afirma que restrições trouxeram novos traficantes para o Rio
Tomaz Silva/Agência Brasil

A primeira pesquisa que repercutiu o resultado da operação na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio, com 23 mortos, apontou que a maioria dos entrevistados é contrária à decisão do Supremo Tribunal Federal, que restringiu as ações em comunidades cariocas, durante a pandemia de Covid-19.

52,1% dos entrevistados afirmaram que eram contra a decisão. Outros 36% disseram que eram a favor dos limites impostos pelo STF e 11,9% não souberam ou não opinaram.

Para o antropólogo Paulo Storani, o resultado não surpreende e reforça até a necessidade de que a decisão da corte seja revista.

Outra pergunta foi diretamente sobre a ação da polícia na Vila Cruzeiro. Questionados sobre o que acharam do resultado, 43,3% disseram que foi adequado. Para 37,5%, houve exagero. Outros 19,2% não souberam ou não opinaram.

A pesquisa também mostra que quanto maior a idade e o nível de escolaridade, maior o apoio a operação.

A Polícia Militar afirma que desde houve a imposição, em 2020, traficantes de outros estados vieram para o Rio em busca de proteção.

Segundo a PM, entre os que morreram na ação, 22 eram bandidos, sendo que três deles chefiavam facções no Norte do país. A vítima inocente é a Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, que foi atingida na comunidade da Chatuba.

O levantamento foi feito com 1.540 pessoas no Rio,  quase uma semana depois da operação que ocorreu no fim do mês de maio.

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