Pelo menos cinco tartarugas encontradas mortas no canal da Joatinga, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foram atropeladas por motos aquáticas e acabaram multiladas e com o casco quebrado.
Segundo o Instituto Núcleo Maré, que monitora a fauna e a flora no local, o último caso aconteceu na quinta-feira da semana passada (26), próximo à Praia dos Amores. A tartaruga-cabeçuda tinha 1 metro de comprimento e foi encontrada com um corte no pescoço e o casco quebrado.
O presidente da ONG, Marcio dos Santos, afirma que o aumento do número de embarcações, como motos aquáticas, circulando em alta velocidade na região são os responsáveis pelos acidentes, que terminam com as mortes dos animais.
Além de tartarugas, também são encontrados na Joatinga outros animais, como jacarés e capivaras. As tartarugas chegam ao canal, normalmente, quando a maré sobe, entram nas lagoas e acabam feridas.
Segundo Ramayana Regis, coordenadora do Instituto Núcleo Maré, falta fiscalização no local.
A reportagem esteve no local na manhã desta segunda-feira (30), quando não havia fiscais na área. No entanto, motos aquáticas circulavam em alta velocidade.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima informou ser responsável por fiscalizar apenas atividades danosas e pesca ilegal e que o controle sobre as embarcações é feito pela Capitania dos Portos.
No que diz respeito à denúncia recebida de mortandade de tartarugas marinhas no Canal da Joatinga, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro disse que, até o momento, não foi acionada sobre o citado fato. Todavia, insta frisar que dispõe de uma equipe de Inspeção Naval que atua diariamente na área do canal, onde aborda as embarcações que trafegam naquela área, a fim de que sejam cumpridas as determinações dispostas em lei. Ressalta-se que a velocidade permitida de navegação nesta área é de 8 nós, correspondente a 14,82 km/h.