PCS LAB também prestava serviço a outras 12 unidades de saúde da rede estadual do RJ

Entre elas, o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, na Zona Sul do Rio

Por João Boueri

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Laboratório PCS Saleme
Divulgação

As irregularidades envolvendo o laboratório que errou o resultado de dois exames de HIV e permitiu o transplante de órgãos infectados vão além do Programa Estadual de Transplantes. O PCS LAB também prestava serviço a outras 12 unidades de saúde da rede estadual, à Prefeitura de Nova Iguaçu, à Unimed-Rio e à maternidade NeoMater. 

Entre as unidades do estado, está o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, na Zona Sul da capital fluminense. Na unidade, os servidores precisaram esperar a definição do imbróglio para conseguir fazer a análise dos exames de sangue, por exemplo, dos pacientes. 

A reportagem da BandNews FM conversou com a esposa de um paciente que não quis se identificar. O marido dela está internado na enfermaria, onde passou por cateterismo.

Durante o procedimento foi identificado que ele teria que passar por uma cirurgia de ponte de safena para melhorar o fluxo sanguíneo.

No entanto, segundo a esposa do paciente, a cirurgia ainda não tinha sido marcada por causa da falta de um laboratório para analisar os exames. Após contato da reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde marcou o procedimento para a tarde desta quarta-feira (16). 

Quando meu esposo chegou na semana passada, eles falaram que tinham encerrado o contrato com o laboratório. Alguém do centro de cirurgia me ligou para confirmar o agendamento da cirurgia do meu esposo. Perguntei sobre a questão da contaminação, porque ele falou de laboratório. Aí ele falou que meu esposo não tinha risco, porque eles estavam coletando, levando material em outro laboratório

O caso dos seis pacientes que passaram a viver com HIV após transplantes foi divulgado pela BandNews FM na última sexta-feira (11). 

Três dias depois, a Polícia Civil realizou operação contra sócios e funcionários do laboratório. 

O caso é investigado pela Polícia Federal, pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério Público. A suspeita é que a empresa teria diminuído a recorrência de checagens de reagentes para lucrar financeiramente, o que pode ter permitido a elaboração de dois resultados falso-negativo. 

Em nota, o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro disse que a unidade opera normalmente e que a programação das cirurgias é feita de acordo com a condição clínica de cada paciente. A unidade esclarece ainda que nenhuma cirurgia foi cancelada por falta de exames laboratoriais e que o IECAC trabalha com capacidade máxima. 

Questionada sobre a situação das análises de exames com a suspensão do contrato com o PCS LAB, a direção da unidade de saúde ainda não retornou.

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