A Luciana e o Thiago Ouverney nem imaginavam o quanto a vida deles iria mudar depois da adoção, em 2016, da pequena Alice, uma menina de nove meses com microcefalia e paralisia cerebral. Enquanto buscavam por um tratamento de saúde adequado e com qualidade para a filha, os dois se depararam com a falta de terapias no serviço público e, no privado, valores muito altos. Foi a partir daí que eles decidiram criar o Instituto Alice de Neurorreabilitação Infantil, que agora já tem até inauguração prevista para dezembro. O espaço, que vai funcionar em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, está quase pronto. Segundo a mãe da Alice, a Luciana, essa é a realização de um sonho.
Desde 2018, quando decidiram criar o instituto, o casal faz eventos e vende camisetas, bonecas e canecas personalizados para arrecadar doações. Mas com o falecimento da pequena Alice em 2019 e a pandemia, o plano acabou sendo suspenso. No início desse ano, Luciana e Thiago, que conseguiram comprar um imóvel para construir o espaço, decidiram retomar as obras em homenagem à filha. O pai da menina começou, inclusive, a cursar Medicina para ser o responsável pelo local. Luciana explica que o instituto também é uma espécie de símbolo do legado deixado por ela.
A adoção da Alice aconteceu por causa de um projeto criado pelo juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza para incentivar as chamadas adoções necessárias. O casal estava na lista de espera por uma criança saudável, mas acabou se apaixonando pela menina. Para o juiz, eles são a prova do amor que existe em uma adoção necessária.
O Instituto Alice vai atender gratuitamente crianças com algum tipo de neuropatia diagnosticada. Serão oferecidos serviços como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e hidroterapia. Para colocar tudo em funcionamento já a partir de dezembro e manter a estrutura, o casal ainda busca doações e vende produtos personalizados por meio do Instagram @alice.instituto