O prefeito do Rio classificou como "vergonha" as cenas vistas na principal via expressa da cidade na manhã desta quinta-feira (24). Eduardo Paes se posicionou nas redes sociais e fez críticas ao secretário de Estado de Segurança Pública, Victor Santos.
Paes disse que o confronto entre policiais militares e criminosos no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, mostra o que classificou como "total descontrole" do Estado.
O confronto deixou duas pessoas mortas e quatro feridos.
Ainda no início da manhã, o Comando de Operações Especiais da Polícia Militar acionou o Batalhão Tático de Motociclistas para liberar a Avenida Brasil. A principal via expressa da capital fluminense foi interditada nos dois sentidos, na Zona Norte do Rio, no sentido Centro da cidade, trecho com o maior movimento de veículos no horário.
Com a resistência dos criminosos do conjunto de favelas do Complexo de Israel, a porta-voz da Polícia Militar anunciou a suspensão da operação que era realizada para coibir o roubo de cargas e de veículos na região.
Segundo a porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Cláudia Moraes, os criminosos utilizaram barricadas e atearam fogo em objetos para impedir a ação da equipe.
Uma viatura do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas foi alvejada durante o confronto. Os disparos atingiram a parte dianteira e traseira do vidro do veículo.
Os policiais militares chegaram a trocar tiros com criminosos na calha do BRT, na altura da estação Cidade Alta. A ação foi flagrada por uma câmera do Centro de Operações do Rio.
Vinte linhas de ônibus precisaram mudar o trajeto para evitar passar pela Avenida Brasil. A informação é do sindicato que representa as empresas na cidade do Rio de Janeiro.
Por causa do tiroteio, ao menos cinco estações de trens foram fechadas pela SuperVia às 7h20. O ramal Saracuruna opera apenas no trecho entre Central do Brasil X Penha e Duque de Caxias Saracuruna.
A circulação nas estações Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas e Vigário Geral foi interrompida para garantir a segurança de passageiros e colaboradores.
O passageiro Daniel Rodrigues chegou na estação de Gramacho, na Baixada Fluminense, às 6h30 e encontrou o local fechado para embarque e desembarque. Ele teve que voltar para casa e só conseguiu embarcar na estação por volta das 11h para ir ao trabalho. Para o passageiro, o sentimento é de raiva.
Três horas depois do fechamento das estações, a operação foi normalizada pela concessionária SuperVia.