O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública do Rio debatem sobre a ação civil pública em que os órgãos pedem para que a União seja condenada a pagar R$ 100 milhões por danos morais coletivos gerados pela violação de direitos humanos durante operações com participação da Polícia Rodoviária Federal.
A medida é tomada um ano após a morte do jovem Lorenzo Palhinhas, de 14 anos. O jovem foi morto por agentes da PRF com um tiro de fuzil no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio, em outubro de 2022.
Segundo o MPF e a Defensoria, a atuação da PRF fora das estradas federais, em operações policiais, extrapola as atribuições da corporação e contribui para o aumento da violência e da letalidade das ações.
Além da indenização monetária, a ação também pede que a União adote uma série de medidas, como a instalação de câmeras corporais nos uniformes dos policiais e a capacitação dos agentes em matéria de direitos humanos.
O procurador da União, Eduardo Benone, destaca que essa é uma medida para tentar controlar a letalidade das ações.
A mãe do Lorenzo, Celine Palhinhas, estava presente na reunião e falou sobre a dor de perder um filho para a violência policial.
Lorenzo Palhinhas era motoboy e fazia entregas quando foi atingido. Outros dois garotos foram sequestrados e, supostamente, torturados pelos agentes para que prestassem declarações que incriminassem Lorenzo. Eles ficaram mais de 5 horas dentro de uma viatura da PRF.