Organização de lavagem de dinheiro da CDD movimenta R$ 5 mi em dois anos e meio

Conclusão é da Polícia Civil, que realizou uma operação contra o grupo nesta sexta-feira (1)

Nicolle Timm

Polícia Civil realiza operação na Cidade de Deus nesta sexta-feira (1)
Reprodução/ Polícia Civil

A organização criminosa responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na Cidade de Deus movimentou cerca de cinco milhões de reais ao longo de dois anos e meio. A conclusão é da Polícia Civil, que realizou uma operação contra o grupo nesta sexta-feira (1). Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e duas determinações de sequestro de imóveis avaliados em cerca de três milhões de reais. Quatro alvos estão foragidos e dois já tinham sido presos antes da ação.

Na chegada a favela da Zona Oeste os agentes foram recebidos a tiros.

O principal alvo da operação era Ederson José Gonçalves Leite, conhecido como Sam, um dos chefes do tráfico na Cidade de Deus. Ele chegou a ser preso em 2001, mas foi solto 20 anos depois, em março de 2021, ao ganhar liberdade condicional. De acordo com as investigações, mesmo de dentro da cadeia o criminoso continuava comandando a quadrilha. O sobrinho dele, Weverton Rodrigo Gonçalves de França, conhecido como 'Cocão', também estava entre os alvos desta sexta. Eles não foram encontrados.

Segundo a polícia, o esquema criminoso era praticamente um negócio de família. Parentes e pessoas ligadas a Sam e Cocão eram usados como 'laranjas' para os negócios e alguns ajudavam na administração. O grupo tinha três formas para lavar o dinheiro do Comando Vermelho: por meio da aquisição de imóveis, do monopólio do serviço de internet e TV da região e ainda com empresas de fachada.

Duas ex-mulheres de Sam, identificadas como Dilma Lins da Silva Fonti Lopes e Ivone João Pedro, já tinham sido presas na quarta e na quinta-feira. Dilma estava em uma casa de luxo na Taquara, que, segundo as investigações, também é fruto do dinheiro do tráfico.

A mulher de 'Cocão', Danielle de Souza Ferreira, e a irmã dela, Daiane de Souza Gonzaga, são procuradas. De acordo com os investigadores, elas administravam, inclusive, um açougue, que era um dos estabelecimentos de fachada. Só neste local foram movimentados 500 mil reais. 

O delegado Gustavo Rodrigues conta que o objetivo principal da operação era asfixiar um dos braços financeiros do Comando Vermelho.

Durante a ação a Polícia Civil prendeu ainda um homem que não era alvo, mas tinha um mandado de prisão em aberto.

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