Uma organização criminosa de pirâmide financeira que foi alvo de uma operação nesta terça-feira (7) no Rio também pode ter feito vítimas na Bahia. A Polícia Civil descobriu que o esquema já tinha se expandido e afirma ter indícios de que até mesmo autoridades públicas possam ter sido vítimas do golpe.
A ação desta terça, em parceria com o Ministerio Publico, resultou na prisão de um guarda municipal do Rio. Rodrigo César de Souza, apontado como um dos chefes do esquema, foi detido em casa, em Campo Grande, na Zona Oeste.
O outro alvo de mandado de prisão era o sócio dele, Jadson Luiz do Nascimento Gonçalves, que está foragido. Jadson seria o grande mentor do esquema. Ele tem anotações criminais por estelionato e teria se aproximado do guarda municipal. Os dois chegaram a abrir duas empresas, a "Investimento Confiança" e a "IC Invest Ltda", e se aproveitavam da função pública de Rodrigo para atrair mais vítimas. Entre elas, colegas do guarda, como explica o delegado Deoclécio Assis.
Segundo o promotor do Ministério Público Bruno Rinaldi, a organização criminosa prometia rendimento de até 5% ao mês, mas não pagava os valores.
O grupo ainda convencia as vítimas a fazerem empréstimos e até a entregarem bens, como veículos e imóveis, prometendo que os valores seriam investidos. Mas o dinheiro obtido com as vendas desses bens era usado apenas para enriquecimento dos golpistas.
Durante a operação, uma Mercedes foi apreendida, além de dinheiro, celulares e laptops.
A polícia já identificou e indiciou pelo menos outras seis pessoas que também participavam do esquema, além dos dois chefes do grupo criminoso.
12 guardas municipais sofreram o golpe, além de familiares deles, mas a polícia acredita que o número de vítimas seja bem maior. Os investigadores estimam que os golpistas tenham movimentado 134 milhões de reais entre 2021 e 2022. Somente uma das vítimas teve um prejuízo de 4 milhões.