Agentes da Polícia Civil e do Ministério Público foram às ruas cumprir 54 mandados de prisão e outros 55 de busca e apreensão em uma operação contra uma organização criminosa que praticava o golpe do falso anúncio de carro. 28 pessoas foram presas.
A ação foi realizada nesta quarta-feira (28), em diversos pontos da Baixada Fluminense, da capital e da Região Metropolitana. Os agentes apreenderam ainda um carro roubado, computador, maquininhas e celulares.
De acordo com o promotor Pedro Simão, o grupo publicava falsos anúncios de compra e venda de carros na Internet e, no momento do encontro marcado para a negociação, sequestravam a vítima e a levavam para comunidades de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
De acordo com a polícia, os criminosos eram extremamente violentos. Em vários casos, há relatos de agressões com tijoladas e ainda asfixia com sacos plásticos.
Os 54 alvos da operação desta quarta eram membros da mesma organização criminosa, mas desempenhavam funções diferentes no grupo, que se dividia basicamente em cinco núcleos: os anunciantes, que captavam as vítimas, os integrantes do braço armado, responsáveis pelas abordagens, os operadores de maquininha, os beneficiários de pix e ainda os receptadores, como explica o delegado José Mario Salomão Omena.
O grupo era chefiado por dois criminosos - Lázaro da Silva Alves e Leandro Santos Sabino, que seguem foragidos. Lázaro, inclusive, é apontado como o chefe do tráfico no Barro Vermelho, em Duque de Caxias, e é acusado de envolvimento nas mortes das meninas Emily e Rebecca, de 4 e 7 anos, baleadas em 2020 enquanto brincavam na porta de casa.
As investigações começaram em 2021, quando a polícia começou a juntar vários crimes que pareciam ter o mesmo modus operandi e descobriu que se tratava da mesma quadrilha. No ano passado, quando dois integrantes foram presos, uma das vítimas chegou a contar à reportagem da BandNews FM os momentos de terror que passou.
Pelo menos 70 pessoas foram vítimas da organização criminosa, que chegou a roubar cerca de 600 mil reais. Mas os investigadores acreditam que esses números podem ser ainda maiores.