Ônibus são incendiados em Campinho após corpos serem encontrados

A Polícia Civil investiga o caso

Por Isabele Rangel

Policiamento foi reforçado na região
Reprodução/Centro de Operações Rio

A Polícia Civil do Rio tenta identificar quem são os três homens encontrados mortos na Rua Doutor Jaime Marques, no Campinho, na Zona Norte do Rio, neste sábado (26). A família de Alexandre Pinto Figueredo Júnior, de 27 anos, afirma que ele está entre as vítimas e que os três não tinham envolvimento com o crime. Segundo a mãe dele, o jovem não tinha uma das pernas e trabalhava com mototaxista. De acordo com Andreia Pacheco, Alexandre tem uma filha de 10 anos e estava em uma festa com amigos, quando saiu para comprar bebibas e acabou sendo assassinado.  

A tia de outra vítima, identificada apenas como Ruan, de 18 anos, Raquel da Silva Isaias disse que jovem trabalhava fazendo bicos e que ele era querido por todos.  

Em represália às mortes, familiares e amigos dos jovens fizeram um protesto na principal via do bairro, a Avenida Cândido Benício. Um grupo ateou fogo em dois ônibus. O trânsito ficou interditado no sentido Madureira, durante toda a tarde, entre as ruas Ana Teles e Francisco Gifoni. Esse é um dos principais corredores de ligação entre as Zonas Norte e Oeste do Rio.  

O trânsito precisou ser desviado. Segundo a Mobi-Rio, empresa municipal responsável pelo BRT, os serviços das linhas 41, 40 e 35 ficaram irregulares por cerca de uma hora e a calha de circulação dos coletivos ficou fechada em ambos sentidos.  Dois quartéis do Corpo de Bombeiros foram mobilizados para combater as chamas nos ônibus. Ninguém ficou ferido.

A ação levou pânico a motoristas e moradores da região, que é alvo de uma disputa territorial entre traficantes e milicianos há meses. A Polícia Militar informou que reforçou a segurança na área.  

Procurada, a Semove, que representa 184 empresas rodoviárias no estado, repudiou os atos de vandalismo e informou que, com os dois veículos atacados, já são 18 ônibus incendiados em 2023. Nos últimos dez anos, 258 coletivos foram inutilizados por causa de incêndios criminosos. Ainda de acordo com a entidade, o custo para reposição soma, desde 2014, em valores atuais, pouco mais de R$ 206 milhões. A Semove disse ainda que um ônibus vandalizado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo mínimo para que outro veículo seja colocado em circulação.

O Rio Ônibus também condenou a ação e disse que, somente no mês de agosto, quatro coletivos foram queimados. Com isso, o prejuízo já ultrapassa a marca de R$ 3 milhões. O Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade também disse, em nota, que a recorrência dos atos reforça a necessidade de maior atenção das autoridades de segurança pública com a mobilidade urbana do Rio.

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