A empresa responsável pelas obras de recapeamento da Linha Vermelha, no trecho entre a Ilha do Governador, na Zona Norte, e a Baixada Fluminense, pediu prorrogação do prazo para execução dos serviços. A informação consta em um ofício enviado pela Construtora Metropolitana ao Departamento de Estradas e Rodagem.
O prazo para a entrega das obras terminaria na próxima quinta-feira (27). No entanto, na segunda-feira (22), a assessoria de controle interno do DER já deu "sinal verde" para a prorrogação em 150 dias sem acréscimo de valor. O novo prazo será estendido para o dia 22 de dezembro.
A única justificativa da construtora é o elevado volume de chuvas entre agosto de 2023 e abril de 2024. Segundo o documento, o tempo instável prejudicou o serviço de aplicação de asfalto nos dias de chuva e nos dias seguintes. As obras começaram em agosto do ano passado.
No entanto, o próprio documento da empresa cita dados do Instituto Nacional de Meteorologia. No período de nove meses citado pela construtora, choveu mais de 10 dias apenas em outubro de 2023 e janeiro e março de 2024.
A Construtora Metropolitana também cita que a via expressa recebe um volume expressivo de veículos diariamente e que cresce nos períodos de feriados, principalmente no final do ano e no carnaval. A empresa disse que o fluxo normal não pode ser interrompido, o que prejudica o andamento das obras.
A pavimentação da Linha Vermelha está em 40%. Além disso, a iluminação pública está com 16% dos serviços feitos. O único item com mais de 70% das etapas concluídas é o de serviços preliminares.
O secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Washigton Reis, criticou a empresa. No entanto, diz que não tem outra solução a não ser prorrogar o prazo.
Apesar disso, um documento do DER de junho apontou que a contratada executa os serviços com qualidade satisfatória e que tem ciência das dificuldades no período de chuvas e feriados.
Enquanto isso, os motoristas reclamam do estado de conservação da Linha Vermelha.
O valor do contrato é estimado em mais de R$ 70 milhões. Apesar de já ter emitido parecer para prorrogar os serviços, o DER precisa correr contra o tempo, já que a legislação não permite estender contratos já expirados.