Número de transplantes de órgãos feitos na rede estadual do Rio volta a crescer

Após diminuição do número de doações entre 2019 e 2022, procedimentos realizados até junho deste ano representam mais da metade das cirurgias de 2019

Gabriela Morgado

Doações de órgãos aumentaram no ano de 2022 Divulgação/Hospital Federal de Bonsucesso
Doações de órgãos aumentaram no ano de 2022
Divulgação/Hospital Federal de Bonsucesso

O número de transplantes de órgãos na rede estadual do Rio até junho já representa mais da metade de todas as cirurgias realizadas em 2019, antes da pandemia da Covid-19. A situação de emergência levou a uma diminuição do número de doações de 22% entre 2019 e 2020, mas voltou a crescer em 2022.

Em 2020, foram feitos 1936 transplantes e, em 2021, 2.468.

Em todo o ano de 2019, a rede estadual fez 2.481 cirurgias do tipo. Mas só nos primeiros seis meses desse ano, já foram registrados 1.302 transplantes.

Apesar disso, 4.600 pessoas ainda esperam na fila para um transplante em toda a rede de saúde do Rio. Por isso, a Secretaria de Estado faz uma campanha para que as famílias de pacientes que morreram autorizem a doação dos órgãos.

O diretor técnico do Programa Estadual de Transplantes, Fabrício Oliveira, explica que os procedimentos são seguros e podem ajudar dezenas de pessoas.

O maratonista José Osmar ficou três meses na fila para um transplante de coração em 2012, após anos de tratamento da Doença de Chagas. A operação salvou a vida dele e hoje, com 50 anos, José Osmar pode continuar fazendo uma das coisas que mais gosta: correr.

O empresário Gabriel Montenegro, de 30 anos, é campeão estadual de motocross. Mas, há sete anos, ele passou mal durante uma prova e foi diagnosticado com uma síndrome causada por excesso de esforço. Gabriel teve uma hepatite fulminante e ficou 26 dias em coma. Ele conta que quando acordou, tinha um fígado novo, de um adolescente de 16 anos.

As doações de órgãos devem ser autorizadas pelas famílias após a morte das pessoas que desejavam doar. Por isso, o Governo incentiva a ação por meio do Programa Doe+Vida, pelo qual os doadores também podem deixar confirmada a vontade para a família. Parentes até o quarto grau de pacientes também podem fazer, em vida, a doação de órgãos duplos, como rins, e de partes de outros órgãos, como o fígado. Em outros casos, é preciso autorização judicial.

Para facilitar o transporte dos órgãos, a Secretaria de Saúde conta com o apoio de batedores da Polícia Militar e de um helicóptero.

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