Número de mortes violentas intencionais no Brasil tem redução após 11 anos

Os dados são da nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20)

Por Gustavo Sleman

Número de mortes violentas intencionais no Brasil tem redução após 11 anos
Número de mortes violentas intencionais no Brasil tem redução após 11 anos
Agência Brasil

O número de mortes violentas intencionais no Brasil chega ao patamar mais baixo em 11 anos. Foi o que apontou a nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20).  

Segundo o estudo, em 2022, foram registrados 47.508 casos, a menor taxa desde 2011, quando teve início a série histórica. Naquele ano, o total foi de 47.215.  

O número também representa um recuo de 2,4% no país em 2022 na comparação com 2021, que teve 48.431 registros de mortes violentas. Responsável pelo levantamento, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública classifica o tópico como a soma de vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora.  

Com o resultado, a taxa de mortalidade diminuiu de 24 por um grupo de 100 mil habitantes para 23,4. A tendência de queda já vinha sendo observada desde 2018, apesar do levantamento chegar a apontar alguns aumentos em anos anteriores.

No contexto nacional, entretanto, as taxas de mortes violentas intencionais cresceram 3,4% na região Sul, e 0,8% no Centro-Oeste. Já o Sudeste teve redução de 2% e as regiões Norte e Nordeste apresentaram redução de 2,7%, e 4,5%, respectivamente.  

Segundo a Supervisora do Núcleo de Dados do Fórum, Isabela Sobral, a disparidade das regiões e o perfil demográfico da população são alguns dos responsáveis pelos números gerais.  

O estudo ressalta que, mesmo pequena, a queda é positiva e precisa ser realçada. No entanto, os pesquisadores ressaltam no texto que os dados revelam limites metodológicos e problemas e o risco que a população seja induzida a acreditar na ideia de que o país está mais seguro.

O especialista em segurança pública Paulo Storani ressalta ações do governo federal e os impactos da pandemia da Covid-19 como possíveis causas da redução.

A 17ª edição do Anuário de Segurança Pública destacou ainda que não é possível informar qual é a quantidade ou proporção que os homicídios cometidos no Brasil representam em relação ao total de mortes violentas no mundo. Isso porque o país ainda não teve dados divulgados pelo Escritório das Nações Unidas para Crimes e Drogas para os anos de 2022 e 2021.

Apesar disso, o levantamento cita que, caso sejam repetidas as tendências da última década, o Brasil pode estar entre as 10 nações com maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes.

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