"Não há como voltar à normalidade", diz assessora que sobreviveu ao ataque contra Marielle

Julgamento teve início na manhã desta quarta-feira (30), no Tribunal de Justiça do Rio

Por Gabriela MorgadoGuilherme Faria

Fernanda Chaves prestou depoimento no primeiro dia de julgamento dos réus
Reprodução/Internet

A assessora de Marielle Franco que sobreviveu ao ataque que matou a vereadora e o motorista Anderson Gomes diz que não há como voltar à normalidade. Fernanda Chaves foi a primeira de nove testemunhas a ser ouvida na sessão do júri popular dos réus pelos assassinatos, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.

O julgamento teve início na manhã desta quarta-feira (30), no Tribunal de Justiça do Rio.

Fernanda Chaves ressaltou ainda como a vida mudou desde o crime, que aconteceu há seis anos.

Monica Benício, viúva de Marielle Franco, também prestou depoimento nesta quarta-feira (30). Ela se emocionou ao lembrar do companheirismo da política.

A viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus Reis, também se emocionou durante o depoimento, ao falar sobre momentos do companheiro com o filho do casal. Ela classificou Anderson como insubstituível.

Marinete Silva, mãe de Marielle, foi a segunda a prestar depoimento e afirmou que cada dia sem a filha é como se passassem uma faca no coração dela.

O policial civil Carlos Paura também prestou depoimento. Ele fazia parte do núcleo de investigação que buscava informações sobre o veículo utilizado no crime.

O agente Luismar Cortelletti Leite, que trabalhava no setor de inteligência da delegacia na época do crime, foi a sexta testemunha a ser ouvida. Ele analisou dados telemáticos do réu Élcio de Queiroz.

Listada como testemunha, a perita Carolina Rodrigues não compareceu. Um depoimento dela ao tribunal, em 2019, foi apresentado aos jurados.

O delegado de Polícia Federal, Guillermo Catramby, foi a penúltima testemunha a depor. Ele esclareceu pontos da investigação realizada pela PF, que chegou aos mandantes do crime.

Questionado sobre a colaboração premiada dos réus, o agente da Polícia Federal Marcelo Pasqualetti explicou que Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz trataram de pontos diferentes da investigação.

Sete jurados foram sorteados para o julgamento, todos homens.

Os réus são os ex-policiais militares Ronnie Lessa, acusado de ter atirado nas vítimas, e Élcio de Queiroz, acusado de ter dirigido o carro no momento do assassinato.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, afirmou que o julgamento marca uma data significativa para a segurança pública do Rio.

Antes da audiência, na parte da manhã, os parentes fizeram um ato pedindo justiça. A filha de Marielle, Luyara, disse que a força da mãe e o apoio que tem recebido dão coragem para enfrentar o processo.

A irmã de Marielle, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, ressaltou que esse é apenas um passo das investigações.

O planejamento do crime é julgado em uma ação no Supremo Tribunal Federal. Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são  apontados como mandantes. O ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa é acusado de obstruir as investigações. Outras duas pessoas são rés por envolvimento no planejamento do crime.

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