Mulheres estão na chefia de 49,1% dos lares brasileiros, aponta IBGE

O porcentual de residências do Brasil com mulheres responsáveis por domicílios chegou a 49,1%, em 2022. O número representa um aumento de mais de 10 pontos porcentuais em relação ao último levantamento, em 2010.

Por João Boueri

Mulheres estão na chefia de 49,1% dos lares brasileiros, aponta IBGE
O número representa um aumento de mais de 10 pontos porcentuais em relação ao último levantamento, em 2010
Divulgação

O porcentual de residências do Brasil com mulheres responsáveis por domicílios chegou a 49,1%, em 2022. O número representa um aumento de mais de 10 pontos porcentuais em relação ao último levantamento, em 2010. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (25) pelo IBGE e faz parte do Censo 2022.

Dez estados registraram o porcentual de mulheres responsáveis pelas residências maior que 50%. Nove unidades federativas são do Nordeste. O Rio de Janeiro completa a lista, com 52,3%.  

Doze anos antes, no Censo anterior, o porcentual de mulheres responsáveis era de 38,7% contra 61,3% de homens. Em 2022, os menores porcentuais foram encontrados em Rondônia e em Santa Catarina.  

Para o gerente de projeções e estimativas do IBGE, Marcio Minamiguchi, o aumento expressivo de mulheres como responsáveis pelos domicílios influenciou na mudança de características das unidades federativas, apesar de os homens ainda serem maioria no país.  

Tivemos um aumento bastante grande das mulheres como responsáveis, embora os homens ainda sejam a maioria, mas é uma maioria por uma pequena margem, já estamos num contexto assim de quase 50 a 50, já temos em várias unidades da federação mais mulheres responsáveis do que homens responsáveis, algo que a gente não via em 2010.

A população na faixa-etária de 40 a 59 anos representa a maior parte das pessoas responsáveis pelas residências, com 67,3%. Pela primeira vez na história, o Censo registrou mais pardos do que brancos como responsáveis pelos domicílios.  

Com exceção dos estados da Região Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, todas as unidades da federação a proporção de pessoas pardas como responsáveis pelos domicílios passou a de brancos.  

O número de moradores por unidade doméstica caiu de 3,3 em 2010 para 2,8 em 2022, em média.

O Censo também divulgou dados de unidades domésticas formadas por casal com filhos de ambos. O porcentual recuou de 41,3% para 30,7% em 12 anos. A proporção de casais sem filhos subiu de 16,1% para 20,2%.  

Em números absolutos, o aumento de residências formadas por casais do mesmo sexo aumentou de cerca de 60 mil para 391 mil domicílios.  

A engenheira Aline Esperança, de 31 anos, mora na Zona Sul do Rio com a noiva há um ano e meio. Apesar de conviver bem com a vizinhança, ela relata que já percebeu comentários preconceituosos.  

A gente tem muita sorte porque a nossa vizinhança é uma vizinhança muito tranquila, os nossos porteiros, o pessoal que trabalha no prédio é meu amigo. Claro que a gente escuta às vezes comentários, a gente percebe olhares que acabam afetando, a gente consegue entender que é uma questão de LGBTfobia, mas de forma geral nós temos muita sorte.

As residências formadas por casal de sexo diferente foi de 57,5% há dois anos. Os domicílios sem cônjuge registraram 41,9%.

Em relação ao número de óbitos, o porcentual de mortes entre agosto de 2021 e julho de 2022 foi maior entre os homens, com 54,5%, principalmente no grupo de 20 a 24 anos. Nessa faixa-etária a mortalidade masculina é de quase quatro vezes maior do que a feminina.  

A proporção é invertida a partir dos 80 anos, onde os óbitos femininos superam os de homens. As mortes a partir dessa idade representou 31,2% dos óbitos totais do Brasil. 

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