
A mulher que ficou dois dias presa por engano por um crime que não cometeu afirma que vai entrar com uma ação na Justiça pedindo reparação por danos morais.
No domingo (16), Débora Cristina da Silva Damasceno, de 42 anos, foi até uma delegacia de Petrópolis, na Região Serrana, para denunciar que tinha sido agredida pelo marido e pedir medidas protetivas, mas acabou presa com base em um mandado de prisão expedido pela Justiça de Minas Gerais, mesmo sem nunca ter pisado no estado.
Ela ainda tentou explicar o engano aos policiais, mas recebeu voz de prisão e foi encaminhada para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.
Débora Cristina da Silva Damasceno foi confundida com Débora Cristina Damasceno, oito anos mais nova e que foi condenada a nove anos de prisão por tráfico de drogas em Minas.
O erro foi no próprio mandado de prisão, que trazia as informações da vítima no lugar dos dados da criminosa, incluindo nome completo, identidade, data de nascimento e até mesmo o nome dos pais.
Débora conta que os dias que passou atrás das grades foram os piores da vida dela e, depois do ocorrido, perdeu a confiança na justiça.
A vítima afirma que foi transferida para Benfica em um veículo com outros dez presos, todos homens. Ela ainda carrega no corpo feridas provocadas por picadas de percevejos que sofreu enquanto estava atrás das grades.
O erro só foi corrigido na terça-feira (18), quando a Justiça de Minas enviou uma certidão confirmando que os dados estavam trocados e Débora foi solta na audiência de custódia.
O filho de Débora, Fabrício Damasceno, relata os momentos de angústia até o reencontro com a mãe.
Em nota, a Comarca de Belo Horizonte disse apenas que houve um "erro material" no mandado de prisão e já determinou a soltura da vítima.
Já a Polícia Civil disse que a prisão ocorreu após os agentes checarem as informações que estavam no mandado. Em relação à denúncia de violência doméstica, a instituição afirmou que apura os crimes de lesão corporal qualificada e injúria, no âmbito da Lei Maria da Penha. As medidas protetivas já foram deferidas pela Justiça e a investigação está em andamento.