A cliente que foi vítima de injuria racial em uma loja de bijuterias em Copacabana na Zona Sul do Rio disse que também vai processar a dona da loja por danos morais e materiais. Laura de Brito, de 27 ano, foi perseguida, expulsa do estabelecimento e chamada de “neguinha” pela proprietária do local. A vítima fala que o sentimento é de revolta por saber que a mulher pagou fiança e foi solta.
Como o caso foi registrado como injúria racial e não como racismo, a lei permite o pagamento de fiança. Para o advogado da Comissão da Verdade e da Escravidão Negra do Brasil, Wagner de Oliveira, o episódio foi de racismo. Ele explica, no entanto, que cada caso é registrado de acordo com a interpretação do episódio.
Depois da repercussão do caso, a loja na Rua Siqueira Campos foi alvo de pichações. Segundos moradores do bairro, ofensas por parte da dona do estabelecimento eram recorrentes.
O caso aconteceu nesta quarta-feira (22). Laura de Brito, estava no horário de almoço quando resolveu ir até a loja para comprar um produto. Ela chegou a dizer que tinha dinheiro para pagar, mas a dona da loja insistiu em retirá-la do estabelecimento.
Esse é o segundo caso de injúria racial que ganha repercussão na Zona Sul do Rio em menos de 24 horas. Na segunda-feira, uma funcionária de um bar em Botafogo também foi alvo deste tipo de crime. Ela foi chamada de “macaquinha” por uma cliente que estava no local. A Polícia Civil investiga os casos.