As mudanças climáticas estão fazendo com que a serpente cascavel vá para áreas de floresta, como a Amazônia e a Mata Atlântica. É o que comprova um estudo inédito feito por pesquisadores da UFRJ, publicado neste ano.
A pesquisadora do Museu Nacional e coautora do artigo Gabriela Guerra explica que desde a década de 50, o avanço no Brasil da cascavel para novas áreas era percebido, mas não havia estudos que atestassem as possíveis causas.
Utilizando métodos modernos de modelagem de distribuição geográfica em cenários de mudanças climáticas e do uso do solo, os pesquisadores da universidade mostraram que 34% da expansão é explicada pelo aumento das pastagens e 23%, pela redução das chuvas no trimestre mais frio do ano.
Antes, o animal era encontrado apenas em áreas abertas. No entanto, com o espalhamento da espécie, as serpentes já chegam à região Sudeste, em locais mais próximos a áreas mais populosas.
A pesquisadora Gabriela Guerra explica que esse descontrole na distribuição da cascavel pode influenciar diretamente no número de mortes, já que uma picada da espécie pode ser letal.
Ainda de acordo com a pesquisadora, o controle do desmatamento e o incentivo ao reflorestamento são as medidas mais eficazes para conter o avanço da serpente.