O Ministério Público Federal apura as circunstâncias da morte de um adolescente durante ação da Polícia Rodoviária Federal no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio. O corpo de Lorenzo Dias Palinhas, de 14 anos, foi enterrado neste sábado (29), no Cemitério de Irajá.
Indignados, moradores fizeram um protesto na frente do cemitério.
O adolescente foi morto na última quinta-feira (27), baleado na cabeça. A tia do menino, Emanuele Araújo, afirma que ele era apenas uma criança e que não tinha nenhum envolvimento com o tráfico.
A ação que resultou na morte do adolescente aconteceu horas depois de um agente da Polícia Rodoviária Federal morrer em uma tentativa de assalto na Transolimpica, via expressa que corta bairros da Zona Oeste. Bruno Vanzan, de 41 anos, teve o carro fechado por criminosos e ainda tentou se salvar pulando de uma mureta, mas em meio aos tiros teria se desequilibrado e caído.
Policiais que estavam próximo fizeram uma perseguição aos bandidos que acabou no Complexo do Chapadão. A corporação afirma que os agentes foram recebidos a tiros por cerca de 30 criminosos e que Lorenzo teria sido morto durante esse confronto. Segundo o chefe da comunicação da PRF, Marcos Aguiar, o jovem teria envolvimento com o tráfico.
Mas familiares e testemunhas negam a versão da PRF. De acordo com eles, o adolescente era entregador de lanches. O avô do menino, Fernando Palinhas, conta que Lorenzo, inclusive, teria acabado de fazer uma entrega no momento em que foi baleado.
O policial Bruno Vanzan foi sepultado na sexta-feira (28) no Cemitério Jardim da Saudade, na Zona Oeste. Outros dois adolescentes foram apreendidos na ação.