MPF denuncia ex-superintendente da PRF por fraude de licitações e contratos

Outras sete pessoas também foram indiciadas por compra de 15 caveirões

Por Giovanna Faria

MPF denuncia ex-superintendente da PRF por fraude de licitações e contratos
MPF
José Cruz/Agência Brasil

O Ministério Público Federal denuncia à Justiça Federal o ex-superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e outras sete pessoas por fraude de licitações e contratos referente à compra de 15 caveirões. Os veículos foram testados pelo Exército, que comprovou a ineficiência deles em 22 relatórios técnicos.  

A empresa que produziu as viaturas é a Combat Armor Defense, que tem matriz nos Estados Unidos. Segundo as investigações, ela começou a atuar no Brasil, quando Silvinei Vasques ascendeu na PRF. 

O Ministério Público também pede a prisão preventiva dos sócios da empresa, Maurício Junot de Maria e o filho dele, Kauê da Glória Gonzaga Junot de Maria. Não há informações sobre a localização dos dois, e Maurício é procurado pela Interpol. Entre os denunciados, há ainda quatro policiais rodoviários federais, além de Antonio Ramírez Lorenzo, ex-chefe de gabinete do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. De acordo com a PRF, não há indicação da participação dele no esquema.

O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa o valor de 13 milhões de reais. O MPF apurou que a Combat Armor frequentemente descumpria prazos e entregava produtos e serviços abaixo dos padrões acordados, ferindo a integridade dos contratos e colocando em risco a vida dos policiais.

A empresa chegou a fechar 9 contratos com órgãos públicos de todo o Brasil, por meio de licitação, de 2019 a 2022. Há ainda 60 carros blindados que são usados por diferentes órgãos. O procurador da República Eduardo Benones ressalta a preocupação de que eles também não sejam seguros.

Em análises do Tribunal de Contas da União (TCU), foram detectados indícios de que a Combat Armor não tinha nenhuma atuação no ramo de veículos blindados.  

A denúncia faz parte da Operação Megatherium, que vai prosseguir para avaliar outros processos de licitação feitos pelo Governo, possíveis fraudes contratuais e desvio de dinheiro.

Mais notícias

Carregar mais