No primeiro dia da redução de 11% no preço do metro cúbico do gás natural fornecido pela Petrobras às distribuidoras, motoristas do Estado do Rio não percebem diferença no valor praticado nos postos de combustíveis.
No dia 10 de janeiro, a Petrobras anunciou a redução no GNV. A queda não vale para o gás de cozinha, o GLP.
Segundo a estatal, o reajuste faz parte do contrato firmado entre a empresa e as distribuidoras, que vincula o preço do gás às oscilações do preço do barril de petróleo tipo brent, usado como uma das principais referências do mercado internacional de petróleo, e à taxa de câmbio.
A BandNews FM conversou com alguns motoristas que abasteceram os veículos com GNV em diferentes postos de combustíveis na cidade do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (1). A reclamação é unânime: não deu para sentir a queda no preço do gás natural.
Além do preço de venda da Petrobras, o valor final do gás natural ao consumidor é determinado também pelos tributos federais e estaduais e postos de revenda. Os impostos do Governo Federal em relação ao gás natural estão zerados até dezembro deste ano, de acordo com uma medida provisória publicada no Diário Oficial da União no dia 2 de janeiro. A publicação também vale para a gasolina e álcool, que estão com a isenção garantida até o final de fevereiro.
Para o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, nem sempre o consumidor percebe a queda do combustível, porque pode haver custos diferentes para cada posto.
“Nem sempre o consumidor percebe essa queda. Isso porque existe uma concorrência. Cada posto vende o GNV a um valor por metro cúbico e isso depende da área geográfica, do aluguel e dos encargos. Nem sempre o preço é igual em todos os locais da cidade. A variação de preço também é afetada nesse sentido. Os custos podem ser diferentes para cada posto e isso pode se materializar no preço final ao consumidor.”, diz Braz.
Em relação aos estabelecimentos e residências, a concessionária Naturgy, distribuidora que atua no Estado do Rio, disse que a redução repassada é de 9,26%. Os clientes da Região Metropolitana terão redução de 3,26% para o segmento residencial, de 3,38% para o comercial e de 8,38% para indústrias.
No último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, realizado entre os dias 22 e 28 de janeiro, o preço de revenda do gás natural veicular era de R$ 4,72. A última vez que o combustível ficou abaixo dessa marca foi em fevereiro de 2022, segundo a ANP. Desde o início da série histórica de levantamento, o maior médio preço de revenda de GNV registrado foi em junho do ano passado, ao atingir o valor de R$ 5,30. O menor foi em janeiro de 2013, quando o preço era de R$ 1,76.