Os dos militares envolvidos na abordagem que terminou com a morte de um motociclista de 27 anos na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, prestaram depoimento para esclarecer o caso. A vítima foi baleada de forma acidental. A Polícia Militar abriu procedimento apuratório e vai analisar as câmeras corporais portáteis dos agentes.

O jovem estava indo para a casa da mãe para ajudar no cuidado de animais domésticos. A informação é de parentes.

A própria PM afirmou que o disparo que atingiu a vítima foi acidental. A Polícia Civil investiga o caso e a arma que disparou foi apreendida e vai passar por perícia.

Luiz Fernando do Carmo Fontes, de 27 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (5), no Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul.  

O corpo de Luiz deve ser encaminhado ao Instituto Médico Legal, no Centro do Rio, ainda na manhã desta quarta-feira (5). Os familiares e amigos estiveram no Hospital Municipal Miguel Couto e se emocionaram em diversos mortes com a morte do jovem.

A vítima estava sozinha de moto na Estrada dos Bandeirantes, na Cidade de Deus, quando foi abordada pelos militares. Segundo os PMs, o jovem estava em atividade suspeita.
 

No momento em que a moto entrou em um dos acessos à favela, um disparo acidental foi feito por parte dos agentes. Luiz Fernando foi baleado e socorrido ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Zona Oeste, e depois transferido ao Hospital Miguel Couto. O projétil atingiu a cabeça do jovem. Imagens gravadas por testemunhas mostram a vítima sendo arrastada pelos militares até a viatura que a levaria ao hospital.

Segundo a família, Luiz Fernando tinha acabado de sair da casa da namorada, na comunidade, e estava à caminho de onde a mãe mora, na Taquara, na mesma região. O percurso dura em torno de 10 minutos e o jovem fazia esse trajeto com frequência.

A dona de casa Vaneide Carmo, de 66 anos, disse que o filho tinha ido ao shopping com amigos antes de encontrar a namorada. Ela)) classificou o episódio como assassinato.

O amigo de Luiz, Ângelo Gabriel, de 20 anos, relembrou uma viagem que fizeram juntos para comemorar a chegada de um novo ano.

Luiz Fernando era fiscal de voo de asadelta e já tinha servido na Aeronáutica. O sonho do jovem era virar instrutor de voo.  

O velório de Luiz será pago pela empresa de São Conrado, na Zona Sul, em que ele trabalhava de carteira assinada.

No ano passado, a Polícia Militar realizou um treinamento extraordinário, incluindo técnicas de abordagem e prática de tiros, para militares envolvidos em mortes durante ações da corporação.  

Um dos casos mais emblemáticos é a menina Eloah da Silva Santos, de 5 anos, atingida por uma bala perdida na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, em agosto de 2023. O governador Cláudio Castro chegou a admitir que houve falhas no protocolo da Polícia Militar.

Os agentes envolvidos na morte de Luiz Fernando vão participar da próxima turma do Programa Integrado de Capacitação Profissional (PICP).

Em nota, a PM disse que colabora com a Polícia Civil, em um trabalho conjunto de apoio às investigações, e lamentou a morte de Luiz Fernando.

Questionada sobre o que seria uma atividade suspeita e um disparo acidental, a PM não respondeu.