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Morador de Rio das Pedras é extorquido em R$ 50 mil por ex-PM acusado de treinar criminosos

Ronny Pessanha, ex-Bope, é investigado por ameaça, envolvimento com milícia e lavagem de dinheiro

Por Daniel Henrique

Morador de Rio das Pedras é extorquido em R$ 50 mil por ex-PM acusado de treinar criminosos
Ronny Pessanha, investigado por chantagear morador de Rio da Pedras, ostentava vida de luxo
Reprodução

Um morador da comunidade do Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, afirma que foi extorquido em R$ 50 mil pelo ex-policial do Bope preso nesta segunda-feira (24), acusado de dar treinamento armado a criminosos do Comando Vermelho. A vítima, que foi ameaçada com um fuzil, conta que Ronny Pessanha de Oliveira, conhecido como 'Caveira', ainda ordenou que ela passasse quatro apartamentos para o nome de um outro integrante da organização criminosa. 

O depoimento consta no documento de exclusão de Ronny da corporação, em setembro de 2023, após a condenação do ex-PM na Justiça, em 2022, a cinco anos e sete meses de detenção no regime semiaberto.

O homem ainda conta que Ronny fazia parte de um grupo fortemente armado, pronto para qualquer guerra, e que qualquer um que se opunha a eles ou fazia algo contra a vontade era morto ou expulso do local onde reside. Além disso, cobravam água, luz, gatonet e uma 'taxa de segurança' para morar, alugar ou comercializar no Itanhangá, Rio das Pedras, Tijuquinha e Anil, na Zona Oeste.

Na época, o ex-militar era ligado ao grupo miliciano que dominava a região. Um diálogo entre dois criminosos, interceptado durante as investigações, aponta que Ronny mantinha amizade com o chefe do grupo paramilitar. Taillon de Alcântara, que seria o alvo dos traficantes que mataram por engano um grupo de médicos na Barra da Tijuca, em 2023, foi preso pela Polícia Federal dias depois.

Em depoimento na ocasião, Ronny disse ser inocente das acusações. Ele ainda afirmou que conhecia Taillon de vista, sem saber da participação dele na milícia. Sobre a extorsão, o ex-PM alegou que contratou o homem para a construção de uma casa, mas que houve um atraso no serviço e efetuou cobranças, sem ameaças.

As investigações da Polícia Civil apontam que após a condenação e expulsão da PM, Ronny deixou de atuar com a milícia e passou a colaborar com integrantes do Comando Vermelho.

A mãe dele também é procurada. Elaine da Silva Pessanha e o filho são sócios em empresas utilizadas na prática de lavagem de dinheiro.

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