O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes afirma que o processo da Lava Jato se tornou um projeto de poder. A declaração foi dada nesta segunda-feira (13) durante evento na Associação Comercial do Rio, após o magistrado ser questionado a respeito de falas do presidente do STF.
Na última sexta (10), Luiz Fux disse que embora decisões da Lava Jato tenham sido anuladas formalmente anuladas, os R$ 50 milhões apreendidos em malas em Salvador, em 2017, eram verdadeiros.
Na época, o Ministério Público apontou que o dinheiro de propina estava sendo escondido pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima e pelo ex-deputado Lúcio Vieira Lima.
Na análise de Gilmar Mendes, em momento algum os casos de corrupção descobertos durante as investigações foram questionados. No entanto, ele ponderou pontos revelados pela 'Vaza-Jato', envolvendo Sergio Moro e o então promotor Deltan Dallagnol.
O ministro também afirmou que imparcialidade é fundamento. Para Gilmar Mendes, não se combate crime cometendo crime. O magistrado também disse que a corrupção tem que ser contida dentro dos marcos legais.
No evento no Rio, Gilmar Mendes também comentou sobre o caso do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philipps. Para o ministro do STF, é necessário um maior empenho para a fiscalização de áreas como a região do Vale do Javari, no Amazonas, onde os dois desapareceram.
O magistrado evitou falar sobre a polêmica envolvendo o Ministério da Defesa e as eleições. Gilmar Mendes se limitou a dizer que as Forças Armadas e o Tribunal Superior Eleitoral sempre trabalham lado a lado.
Nesta segunda (13), o ministro recebeu da Associação Comercial do Rio a comenda Bicentenário Visconde de Mauá, considerada a maior honraria concedida pelo órgão. No almoço com empresários, Mendes realizou uma palestra.