Ministério Público pede que Monique Medeiros volte para a prisão

O orgão afirma que a mãe de Henry Borel descumpriu uma medida cautelar ao posar para uma foto postada na internet

Gabriela Morgado

Monique Medeiros é acusada de matar seu filho
Brunno Dantas/TJRJ

A defesa de Monique Medeiros, ré pela morte do filho Henry Borel, diz que o perfil que publicou uma foto da professora após a soltura dela não é controlado pela acusada. 

A mãe de Henry foi solta por decisão da Justiça, após alegar que estava sendo ameaçada por outras detentas. Ela está em casa com tornozeleira eletrônica e não pode sair sem autorização judicial.

No entanto, o Ministério Público afirma que Monique descumpriu uma medida cautelar, ao posar para uma foto que foi publicada em um perfil de apoio a ela na Internet. Além da proibição do uso de redes sociais, ela só pode manter contato com advogados e parentes. A Justiça do Rio analisa o pedido do MP para que ela volte para a prisão.

Na publicação citada pelo Ministério Público, o perfil parabenizou os advogados de Monique pela soltura dela, com uma foto da professora deitada em um travesseiro. A página, atualmente, está fechada apenas para seguidores aceitos pelos administradores. Não há informações de quando a foto foi tirada.

Nesta segunda-feira (11), o pai de Henry, Leniel Borel, e grupos de apoiadores fizeram uma manifestação em frente à Câmara Municipal, no Centro do Rio, contra a soltura de Monique. Para Leniel, a decisão não tem fundamento.

A defesa de Monique disse que vai se manifestar quando for intimada para contrapor o recurso.

Monique Medeiros e o ex-vereador Jairinho respondem pela morte e tortura de Henry, falsidade ideológica e fraude processual.

A mãe de Henry deixou o complexo de Gericinó no último dia 5 de abril após decisão da Segunda Vara Criminal do Rio de Janeiro pela sua soltura após conversão da prisão preventiva pela domiciliar. Já o ex-vereador Jairo Santos Souza, o Jairinho, padrasto e principal suspeito pela morte do menino, em março de 2021, continua preso no Rio.

Caso Henry

O ex-vereador Jairinho é reu por homicídio triplamente qualificado e tortura, além de coação de testemunhas, pela morte de Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março de 2021, em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio. Já a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada por homicídio, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha. 

Jairinho também é acusado de agressão e tortura em outros dois casos: a tortura da filha de uma ex-namorada, entre 2010 e 2013, além do caso de agressões contra o filho de ex-namorada Débora de Mello Saraiva, que teriam sido cometidas entre 2015 e 2016.

Especialistas que acompanharam o caso e tiveram acesso aos laudos periciais acreditam -- com base na descoloração das marcas no corpo do garoto -- que Henry pode ter morrido no fim da noite de 7 de março, e que o corpo pode ter ficado no apartamento por quase cinco horas antes de Monique e Jairinho levarem o menino ao hospital, por volta das 4h.

Com o desenrolar do caso, Jairinho teve o mandato cassado como vereador do Rio em 30 de junho. Ele foi o primeiro parlamentar da história da Câmara de Vereadores fluminense e perder o cargo.

Relembre aqui a cronologia de como foi o caso Henry Borel.

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