Miliciano Faustão, morto em operação, vinha estreitando laços entre milícia e CV

A morte dele gerou ataques a diversos ônibus na Zona Oeste da capital fluminense na segunda-feira (23)

Por Clara Nery

Miliciano Faustão, morto em operação, vinha estreitando laços entre milícia e CV
Faustão figura como "principal chefe 'presencial' da organização criminosa em questão
Reprodução

O miliciano Faustão, morto durante confronto com a Polícia Civil do Rio, vinha, há pelo menos três meses, estreitando os laços entre a milícia e a facção Comando Vermelho. Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, era sobrinho de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e o segundo na hierarquia do maior grupo paramilitar do Rio de Janeiro. A morte dele gerou ataques a diversos ônibus na Zona Oeste da capital fluminense na segunda-feira (23).  

O contato direto de Faustão com o tráfico era feito através de Philip Motta Pereira, o Lesk, assassinado pela facção ao participar da morte de quatro médicos na orla da Barra da Tijuca, no início de outubro.

Matheus era homem de confiança da milícia desde que Wellington da Silva Braga, o Ecko, irmão de Zinho, comandava a organização. Ecko também foi morto em uma operação policial em 2021.

O filho do miliciano era investigado por cerca de 20 mortes. Ele ainda foi denunciado por planejar a morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.

De acordo com o Ministério Público estadual, Faustão figura como "principal chefe 'presencial' da organização criminosa em questão, uma vez que Zinho não é visto nas comunidades dominadas".

Em meio aos ataques com dezenas de ônibus incendiados por criminosos, nesta segunda-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro, anunciou que o foco de sua gestão, na área da segurança, será capturar três bandidos envolvidos em uma sangrenta disputa por território que vem empilhando vítimas em diferentes pontos do estado. Zinho, Tandera e Abelha.

Atualmente a área de domínios da milícia e tráfico são divididas, em sua maioria, entre os bairros da Zona Oeste do Rio e Baixada Fluminense. À frente da maior milícia do estado, Zinho comanda algumas comunidades em bairros como Paciência, Cosmos, Santa Cruz, Inhoaíba, Campo Grande, Guaratiba e Recreio dos Bandeirantes e alguns bairros da baixada fluminenses.

Já Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, domina Seropédica e Itaguaí, na região metropolitana do Rio, e com alguns pontos da baixada, como a comunidade K-32, e o bairro da Alvorada em Nova Iguaçu.

Tandera, miliciano que está se escondendo da polícia, vem perdendo o controle de áreas em Nova Iguaçu e Seropédica. Com isso, vem surgindo nome de outros milicianos que estão disputando as regiões: Tauã de Oliveira Francisco, conhecido como Tubarão, Gilson Ingrácio de Souza Junior, com codinome de Juninho Varão, e Alan Ribeiro Soares, ex-integrante da milícia de Zinho, conhecido como Nanan.

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