O miliciano que foi alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio nesta quinta-feira (3) é acusado de manter ligações com Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Luiz Paulo de Lemos Júnior, conhecido como Juninho Chupeta, é acusado de integrar uma milícia que atuou por anos na região da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. Ele também é investigado por lavagem de dinheiro e, segundo a polícia, integrou o grupo de matadores de aluguel que ficou conhecido como Escritório do Crime.

Na ação desta quinta, os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele em Vargem Grande e no Pechincha, na Zona Oeste do Rio; no Flamengo, na Zona Sul; e em Petrópolis, na Região Serrana. 

Com o material apreendido, como celulares e documentos, os investigadores querem saber qual a participação atual dele no crime organizado e comprovar se o patrimônio construído por ele teve origem em dinheiro ilícito. É o que explica o delegado João Valentim, Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas.

Juninho Chupeta já tinha sido preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo em dezembro do ano passado, mas foi solto em fevereiro, porque a Justiça do Rio entendeu que o crime não foi cometido com uso de violência ou grave ameaça. Em uma casa na Ilha do Governador, na Zona Norte, foram encontradas diversas armas de fogo, munição, carros de luxo e celulares.

Além de Ronnie Lessa, ele também é acusado de manter vínculos antigos com Maxwell Simões Correa, o ex-bombeiro preso acusado de ajudar a ocultar provas do assassinato de Marielle. Juninho Chupeta ainda teria ligações com Fábio da Silveira Santana, o Fábio Caveira, e outros milicianos.

O alvo também é apontado como o motorista do carro usado atentado que resultou na morte de André Henrique da Silva Souza, o Zóio, e da namorada dele em 2014, homicídios pelos quais Ronnie Lessa e ex-vereador Cristiano Girão estão presos e vão ser levados a júri popular.