Milícia que atua na cidade de Queimados é alvo de investigação da Polícia e MP

Segundo o promotor Fábio Correa, coordenador do Gaeco, o grupo articulava um esquema muito mais organizado e dessa vez os criminosos estavam cobrando concessão do serviço público

Por Gabriela Souza

Ministério Público
Fernando Frazão/Agência Brasil

A milícia que atua na cidade de Queimados, na Baixada Fluminense, alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio nesta quarta-feira, cobrava dos moradores até pela iluminação em vias públicas.  

Segundo o promotor Fábio Correa, coordenador do Gaeco, o grupo articulava um esquema muito mais organizado e dessa vez os criminosos estavam cobrando concessão do serviço público.  

"Estamos falando de cerca de conjuntos com 300 unidades habitacionais, cobrança de luz em torno de 50, 70, internet O que dá uma dimensão..."

Um policial penal e um policial militar estão entre os alvos da ação. A arma do agente penal foi apreendida e encaminhada para a corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária. A Seap abriu um procedimento apuratório e disse que atua em conjunto com os órgãos.  

Nesta quarta, um homem foi preso em flagrante e outras pessoas foram conduzidas para prestar esclarecimentos. Foram apreendidos documentos, celulares e armas.

De acordo com a denúncia do MP recebida pela Justiça, o grupo cometia homicídios, extorsões e agiotagem, e cobrava taxas para que mototaxistas circulassem pela região.

Os bandidos conseguiram monopolizar diversos serviços na região e ainda vendiam kit churrasco, como explica o delegado Luis Otavio Franco de Oliveira.

Essa é a segunda fase da operação Hunter, deflagrada em julho de 2019, contra integrantes da mesma milícia. Entre os alvos está Daniel da Silva França, conhecido como "França", preso no dia 09 de janeiro, quando se deslocava fortemente armado para um confronto com uma facção rival.  

As investigações apontaram uma suposta expansão territorial de milicianos de Campo Grande, na Zona Oeste, para o município de Queimados.  

Ao todo foram seis mandados de prisão e 37 de busca e apreensão em Nova Iguaçu, Queimados, Bangu, Seropédica, Todos os Santos e Gardênia Azul. Também estão sendo cumpridos mandados contra alvos que já estão presos já que segundo a polícia, são líderes que mesmo de dentro da cadeia ordenam a prática dos crimes.  

A Polícia Militar foi procurada sobre o agente alvo da operação, mas ainda não respondeu.

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