Nove suspeitos foram presos durante uma grande operação conjunta no Complexo da Maré e na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio, e na Cidade de Deus, na Zona Oeste.
Mil agentes estão nas ruas para cumprir mais de 100 mandados de prisão contra integrantes de uma das principais facções criminosas que atuam no estado, que tem provocado disputas por territórios no Rio de Janeiro.
A operação na Maré tinha sido anunciada na semana passada e contaria com o apoio da Força Nacional, mas o envio dos agentes foi adiado após questionamentos do Ministério Público Federal sobre os protocolos que seriam adotados, como o uso de câmeras nas fardas.
Após a identificação de que chefes do tráfico teriam migrado para outras comunidades, a ação precisou ser expandida para a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, e para a Cidade de Deus, onde suspeitos de envolvimento na morte dos três médicos na Barra da Tijuca teriam se escondido.
De acordo com o secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, os agentes tentam localizar o traficante BMW, o último integrante da chamada Equipe Sombra, que seria a responsável pela execução dos ortopedistas.
Ouvintes da BandNews FM relatam tiroteios desde as primeiras horas da manhã.
Mais de 21 mil estudantes de 58 escolas municipais estão sem aulas na Maré e na Vila Cruzeiro, segundo a Secretaria Municipal de Educação. Na Cidade de Deus, o horário de entrada foi adiado. Outras duas escolas estaduais também suspenderam as aulas.
Segundo o secretário de Polícia Militar, Luiz Henrique Pires, os confrontos foram mais intensos na região da Vila Cruzeiro.
Na Vila Cruzeiro, dois helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar foram atingidos pelos criminosos e precisaram fazer pousos de segurança, mas nenhum tripulante ficou ferido.
Na Maré, os policiais encontraram um laboratório de refino de drogas e fabricação de explosivos.
Ao todo, 10 blindados e quatro helicópteros participam da ação. Seis drones também estão sendo utilizados, entre eles dois com tecnologia para reconhecimento facial e de placas.
A ação conta com a participação de equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil, grupos de elite das duas corporações.
A PM afirma que todos os agentes que atuam no Complexo da Maré estão usando câmeras nos uniformes.