Às vésperas do início do verão, 17% dos ônibus municipais do Rio ainda não têm ar-condicionado. A informação é do próprio sindicato Rio Ônibus, que representa as empresas de transporte da cidade.
A promessa de climatizar toda a frota já dura quase 10 anos. Em 2014, os empresários se comprometeram a colocar ar-condicionado em todos os veículos até 2016. Em 2018, um novo acordo adiou o prazo para setembro de 2020, o que também não foi suficiente.
Em abril, o Rio Ônibus disse que esperava chegar ao verão com quase toda a frota climatizada. A estação mais quente do ano começa nesta sexta-feira (22).
Segundo um levantamento da Secretaria Municipal de Transportes, duas em cada 10 viagens são feitas em ônibus sem ar ou com o ar desligado. Muitas linhas já têm praticamente toda a frota refrigerada, mas em algumas é quase impossível viajar com ar.
Neste ano, as linhas com mais reclamações sobre falta de ar foram a 638, que faz o trajeto Saens Peña-Marechal Hermes, e a 639, que circula entre a Praça Saens Peña e Jardim América. Na sequência, aparecem as queixas relacionadas à 232 (Castelo x Lins de Vasconcelos), 363 (Candelária x Vila Valqueire) e 247 (Camarista Méier x Passeio).
O porta-voz do Rio Ônibus, Paulo Valente, afirma que a climatização do restante da frota depende da situação financeira dos consórcios.
Em todo o ano, as empresas receberam mais de 6.700 multas relacionadas à falta de climatização, totalizando R$ 4 milhões. Quase 60% delas estão vencidas, o equivalente a R$ 2,3 milhões.
Em agosto, a Justiça proibiu a Prefeitura de reduzir o repasse dos subsídios aos consórcios quando as linhas operarem com a frota abaixo do determinado ou sem o ar condicionado.
Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes disse que está instalando sensores nos ônibus junto com os validadores do novo sistema de bilhetagem, o que vai permitir monitorar em tempo real a temperatura nos coletivos.