Lixo, mato, água parada, entulho e até bichos. Essas são as condições em que se encontra o tradicional e histórico Mercado São José, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Mesmo depois da aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Rio, para transformar o local em um Centro Público de Economia Solidária, nada aconteceu.
Enquanto o Governo Federal não define o que vai fazer com o espaço, o patrimônio histórico segue se deteriorando.
Até 2018, o Mercado São José funcionava como um centro cultural e mercado popular, com bares, botecos, estúdio de música e outras atividades.
O movimento ficou na lembrança do morador Geraldo Namorato, que cobra melhorias.
A professora universitária Inês Leoneza lamenta pela desvalorização do bairro, depois que o lugar ficou abandonado.
O projeto aprovado na Alerj tem como objetivo favorecer a comercialização de produtos artesanais, agroecológicos e orgânicos produzidos com base nos princípios da economia popular solidária.
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) derrubou o veto do governador Cláudio Castro ao projeto. Com a decisão, será sancionada a proposição que autoriza a transferência do imóvel do Governo Federal para o Estadual.
Procurado pela BandNews FM, o INSS informou que os imóveis não funcionais do Órgão - entre eles o Mercado São José - estão sendo transferidos para a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União.
A nota diz ainda que o Mercado São José já teve a transferência assinada pelo INSS e, no momento, aguarda a assinatura da secretaria para finalização do processo de transferência para União.
Por fim, apesar do péssimo estado de conservação encontrado pela reportagem, o instituto afirma que, enquanto a transferência não é finalizada, tem realizado manutenções recorrentes para preservar o imóvel.
O Mercado São José foi inaugurado em 31 de maio de 1944. Na época do Império, o local foi uma senzala e o celeiro de uma fazenda localizada no Parque Guinle. Depois, foi transformado em mercado de hortifrutigranjeiros para abastecer a população com produtos mais baratos durante a Segunda Guerra.