A mensagem que aparece no print revelado pelo laboratório PCS Saleme do envio do diploma falso de Jacqueline Iris Bacellar de Assis é de agosto de 2024. A data é posterior à análise do laudo onde consta a assinatura da funcionária da empresa.
O resultado do teste de HIV que deu falso-negativo saiu em maio deste ano, antes mesmo do questionamento da empresa à funcionária sobre a ida ao médico do trabalho para finalizar a contratação de Jacqueline, que foi presa na quarta-feira (16).
Apesar disso, a funcionária afirma que foi contratada em outubro do ano passado para exercer funções administrativas.
Em depoimento, Jacqueline disse que as mensagens foram forjadas pelo laboratório e que nunca fez graduação em Biomedicina, mas sim de Farmácia, profissão em que ela diz ter registro junto ao Conselho Federal.
No entanto, segundo o portal do Conselho, o registro está inativo. O CRF ainda não retornou quanto ao questionamento da data em que ela ficou irregular.
Além disso, em depoimento prestado na quarta-feira (16) ao ser preso, o funcionário Cléber de Oliveira Santos disse que ele deixou o PCS LAB oito dias antes da análise do primeiro laudo emitido com falso-negativo. O documento é do dia 23 de janeiro. A defesa afirma que o investigado saiu da empresa no dia 15.
O funcionário foi apontado pelo sócio-proprietário como um dos responsáveis pela emissão errada do teste ao não realizar um procedimento de checagem na máquina de análise do exame de HIV. A advogada de defesa diz que o nome de Cleber foi utilizado de forma ilegal.
O Conselho Regional de Biologia da 2ª Região disse que o registro de Cléber consta como cancelado, não sendo biólogo. No entanto, o CRBio não disse quando o registro passou a ficar inativo.
Segundo as investigações, o PCS LAB Saleme deixou de fazer as checagens de forma diária e passou a realizar a medida de forma semanal a partir de janeiro, antes da emissão do primeiro laudo suspeito.
Além de Cléber e Jacqueline, o sócio-proprietário Walter Vieira e o técnico de laboratório Ivanilson Fernandes dos Santos também estão presos de forma temporária.
Em âmbito nacional, o caso é investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério da Saúde. No estado do Rio, as investigações são da Polícia Civil, Ministério Público e Secretaria de Estado de Saúde.
A BandNews FM questionou a defesa do PCS LAB, que ainda não retornou.