O Governo do Rio vai ocupar por tempo indeterminado 10 favelas de seis bairros da Zona Oeste do Rio. Os policiais devem ficar por pelo menos 10 dias nas comunidades. A ação teve início nesta segunda-feira (15), com a atuação de dois mil agentes das Polícias Civil e Militar e do programa Segurança Presente, além de agentes da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária. Pelo menos 21 pessoas foram presas nas primeiras horas da operação.
Segundo o governador do Rio, Cláudio Castro, o objetivo é recuperar o território, coibir disputas entre criminosos, tentar restabelecer serviços e combater a lavagem de dinheiro. Os agentes também tentam cumprir mandados de prisão em aberto.
Cláudio Castro, admitiu o aumento da mancha criminal na região.
A ação batizada de Ordo, que significa ordem, conta também com o apoio da Prefeitura do Rio e das concessionárias de energia, água e gás, além de operadoras de serviços de telecomunicações e da Guarda Municipal.
A megaoperação é realizada na Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão e César Maia, nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá, Vargem Grande e Vargem Pequena.
Nas ruas da comunidade da Muzema, os agentes encontraram cartazes com recados de moradores pedindo paz. Já em Rio das Pedras, considerada o berço da milícia, os policiais passaram por uma casa cheia de marcas de tiro.
A ação desta segunda (15) contou ainda com aeronaves e uma ambulância blindadas, drones com reconhecimento facial, viaturas e motocicletas.
Na Linha Amarela, bandidos em fuga do cerco policial abandonaram um carro com três granadas. O esquadrão antibombas foi acionado e desativou os explosivos.
Barricadas foram retiradas nas principais entradas das comunidades. Armas e drogas foram apreendidas. Uma fábrica de gelo clandestina foi fechada.
As corregedorias das polícias investigam o vazamento de informações da operação pelas redes sociais no dia anterior, como explica o governador Cláudio Castro.
Segundo o Governo do estado, como a ocupação também visa coibir a lavagem de dinheiro por criminosos, os agentes também vão fiscalizar o comércio dessas regiões.
Nos últimos dois anos, uma facção criminosa financiou grupos armados e articulou dezenas de ataques na Zona Oeste do Rio. Só em Jacarepaguá, o grupo tomou 19 comunidades.
O interesse do tráfico não está apenas na implantação de bocas de fumo, mas também em replicar o modelo da milícia, com a exploração da venda de gás e pacotes de Internet e até do mercado imobiliário.