Material que pode ter pertencido ao Barão do Rio Branco é encontrado

Durante limpeza do acervo da Biblioteca Municipal Gabriela Mistral, em Petrópolis, itens foram descobertos e agora passam por investigação

Gustavo Sleman

Mapas estão entre os itens encontrados Reprodução
Mapas estão entre os itens encontrados
Reprodução

Investigações vão apontar se parte do material encontrado durante o trabalho de limpeza e conservação do acervo da Biblioteca Municipal Gabriela Mistral, em Petrópolis, na Região Serrana, pertenceu ao Barão do Rio Branco. Entre os itens descobertos durante o processo estão documentos que mostram a disputa entre Portugal e Inglaterra pela Guiana Inglesa e um mapa do século XVIII.

A cartografia de 1757 traz informações sobre as movimentações da Coroa Portuguesa e da Espanha nas chamadas Guerras Guaraníticas, quando povos da etnia Guarani lutaram por terras próximas ao Rio Uruguai.

Segundo a Prefeitura de Petrópolis, a suspeita é que os itens já tenham sido parte do acervo de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. Nascido em 1845, o diplomata brasileiro chegou a ter uma casa na Cidade Imperial. Além desses materiais, também já foram encontradas outras obras, como um mapa da Europa em alemão.

Para a secretária municipal de Cultura, Diana Iliescu, as descobertas também mostram a força da retomada da cidade após as tragédias do início do ano.

O trabalho de limpeza na Biblioteca Municipal Gabriela Mistral teve início logo após as fortes chuvas que atingiram o município em fevereiro. Durante o processo, equipes da unidade e voluntários limpam e secam os livros, com luvas e máscaras, já que algumas obras foram contaminadas por agentes biológicos, como fungos. 

Segundo a secretária municipal de Cultura, Diana Iliescu, os materiais agora passam por restauração e em breve devem ser disponibilizados para exposição. Ainda segundo Diana, a cidade deve receber mais eventos relacionados a história do Brasil em breve.

Fundada em 1871, a biblioteca é a terceira maior e mais importante do Rio de Janeiro, com um acervo de 150 mil volumes. De acordo com a Prefeitura, parte destas obras não foi atingida, já que ficava nos andares mais altos. No entanto, 8 mil exemplares que ficavam no térreo foram impactados pela inundação.

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