Após a Marinha finalizar o afastamento o navio aeródromo São Paulo para uma distância de 315 quilômetros da costa brasileira, ainda não há definição sobre o que vai ser feito com a embarcação. O casco possui materiais tóxicos como o amianto e corre o risco de afundar, segundo analises técnicas que foram feitas. A embarcação estava na altura do porto de Suape, no trecho de Pernambuco.
A Autoridade Marítima Brasileira disse que não vai autorizar a aproximação do mar territorial ou de terminais portuários brasileiros. O processo se arrasta desde o ano passado, quando a embarcação chegou ao Brasil de volta da Turquia e a empresa responsável não conseguiu atracar em nenhum porto por causa do risco.
O navio aeródromo São Paulo pertencia ao governo brasileiro e já foi o maior porta-aviões do país. O casco foi arrematado por um estaleiro turco em processo licitatório em 2021 e passaria por uma "reciclagem verde". A permissão para a exportação para a Turquia foi concedida em maio de 2022, após notificação e consentimento dos países envolvidos. No entanto, três meses depois, um órgão ambiental turco decidiu unilateralmente cancelar a autorização concedida de exportação.
No dia 10 de janeiro desse ano, a empresa turca apresentou ao Ibama e à Marinha a intenção de abandonar a embarcação. Uma liminar a favor do Ibama foi concedida pela Justiça de Pernambuco para impedir o abandono.
Agora, a companhia turca de reciclagem que fez a compra do navio para transformar em sucata afirma que não tem dinheiro para manter a embarcação em alto mar, sem um porto. Segundo o advogado da companhia, Zilan Costa e Silva, eram gastos 60 mil dólares por dia para manter o navio em alto mar.
A embarcação apresenta risco de afundamento. Uma avaliação realizada no segundo semestre do ano passado constatou avaria que afetou as condições de flutuabilidade da embarcação. O Ministério Público Federal abriu inquérito para esclarecer o caso. O navio, de 266 metros de cumprimento e 56 de altura, tem 10 toneladas de amianto, de acordo com um relatório feito pela empresa turca. A preocupação, agora, é em relação a essa substância tóxica no mar.