Maria Eduarda era morta há cinco anos dentro da escola onde estudava

De lá para cá, Estado não indenizou família, PM responsável pelo tiro que matou a jovem não foi julgado e mãe da estudante ainda aguarda ajuda psicológica

Carlos Briggs

A vida da jovem foi interrompida, aos 13 anos de idade
Reprodução/Redes Sociais

Há cinco anos, a adolescente Maria Eduarda foi morta durante a aula de Educação Física, dentro da escola. A vida da jovem foi interrompida, aos 13 anos de idade, na manhã do dia 30 de março de 2017, justamente no momento em que a estudante estava em uma quadra de basquete, esporte que Duda, como era carinhosamente chamada, sonhava seguir, profissionalmente. A 80 metros dali policiais militares trocavam tiros com traficantes.

A adolescente estava na Escola Municipal Jornalista e Poeta Daniel Piza, em Acarai, na Zona Norte do Rio, onde estudava. Duda foi baleada quatro vezes. Ao lado dela, a melhor amiga, Beatriz Cunha segurava a mão da jovem e viu quando Maria Eduarda caiu no chão da escola, já morta.

Um dos tiros partiu do fuzil do cabo da Polícia Militar Fabio de Barros Dias e atingiu a coxa de Maria Eduarda. O sargento David Gomes Centeno também participava do confronto no local.

Em junho de 2019, a Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público contra os policiais militares. Fábio Dias foi indiciado por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A pena prevista para esse crime pode chegar a 20 anos de prisão. David Centeno foi inocentado. 

Enquanto a Justiça não julga o caso, o cabo Fábio Dias segue trabalhando na PM, em área administrativa.

O irmão de Maria Eduarda, Uidson Ferreira, que já foi militar do Exército afirma: o policial tem que responder por cada tiro disparado.

Na esfera cível, o processo também se arrasta. Passadas as promessas das autoridades públicas em ajudar a família de Maria Eduarda, agora, a mãe, Rosilene Laves, luta para conseguir pagar acompanhamento psicológico.

Em junho de 2020, uma sentença da Justiça do Rio determinou que o Governo do Estado deveria pagar uma indenização de R$ 1 milhão para a família de Maria Eduarda, incluindo os pais e cinco irmãos da adolescente.

O Governo recorreu, pedindo a redução deste montante para R$ 450 mil. Em nova decisão, os desembargadores fixaram em R$ 785 mil o valor a ser pago.

A família de Maria Eduarda recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça, onde o processo relativo às indenizações ainda vai ser analisado.

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