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Mais de 100 pessoas denunciam golpe de venda de ingressos falsos do Carnaval

Segundo denúncias, o homem se passava por funcionário da Alerj e teria conseguido pelo menos R$ 120 mil

Por Gabriela Morgado

Mais de 100 pessoas denunciam golpe de venda de ingressos falsos do Carnaval
Sapucaí Carnaval
Pilar Olivares/Reuters

O homem acusado de ter dado golpe com ingressos falsos para camarotes da Marquês de Sapucaí pode ter conseguido pelo menos R$ 120 mil com o esquema. O valor foi calculado pelas mais de 100 vítimas, que formaram um grupo de mensagens. Segundo os relatos, Matheus Araújo e Silva teria oferecido supostas entradas para dois camarotes no Carnaval desse ano. Ele teria alegado que trabalhava na Assembleia Legislativa do Rio e, por isso, conseguiria as entradas. Matheus chegou a trabalhar na Alerj entre 2021 e 2023. 

Apesar disso, os ingressos nunca foram entregues e Matheus parou de responder as mensagens das vítimas. 

Uma delas, que pagou 500 reais e ainda combinou o pagamento para outras três pessoas, conta que, inicialmente, as entradas foram oferecidas para poucas pessoas, mas o esquema foi sendo expandido. 

Em um aniversário de uma amiga, ele falou que ia tentar conseguir para mim e tudo mais. No dia seguinte ele já conseguiu para mim um ingresso. Ele prometia que eram cinco dias de Sapucaí e ia botar o nome nessa lista. Ele pediu CPF, o tamanho do abadá e o PIX. Ele foi falando que era lista muito privada, só que, a cada dia, aparecia mais vaga. 

Outra vítima, com o mesmo prejuízo, relata que também conhecia o acusado por amigos em comum. Ela ressalta ainda que muitas das vítimas eram próximas de Matheus e, por isso, confiaram nele.

Obviamente parece uma ideia muito fajuta, só que ele vendeu a ideia primeiro para pessoas que eram amigas dele há mais de 10 anos. E quando a gente ousava questionar qualquer coisa, um dos argumentos dele era exatamente esse. 'Pô, você acha que eu ia botar a fulana de tal, que eu frequento a casa', que ele conhece toda a família, que é a melhor amiga dele, nessa situação? Eu tô me sentindo muito mais assustado mesmo pelo o que ele fez. 

Ainda segundo as vítimas, as datas para buscar os abadás eram sempre adiadas, até que Matheus mandou um áudio dizendo que o chefe dele na Alerj não teria conseguido as entradas. 

Mas ele disse que até agora não tinha pingado para eles transferirem para o pessoal. Então ele disse que não ia ficar mais criando expectativa, que hoje é domingo de Carnaval. Então para o pessoal se adiantar e fazer o que quiser fazer. Ele só me pediu, para geral mandar o Pix, tá ligado? Para ele já deixar salvo lá, que ao longo dos dias ele vai fazendo. Rapaziada, peço desculpas. Eu vou ter que falar com o resto do pessoal aqui também, eu peço desculpas para vocês. Fui eu que tinha arrumado a boa, que falei com vocês.

Até a sexta-feira após o Carnaval, Matheus ainda teria tentado vender entradas para o Desfile das Campeãs, no sábado (8), antes de parar de responder. 

Uma terceira vítima conta que chegou a achar que o próprio Matheus teria sido vítima de um golpe do chefe dele. 

Ele sempre falou que trabalhava na Alerj. Inclusive, ano passado mesmo, ele mandava fotos lá trabalhando, mandava fotos do computador. E aí a gente começou a cobrar. Ele começou a pagar algumas pessoas e outras não. Quando ele pagou, eu até cheguei a pensar assim 'pô, será que ele não tomou o golpe também desse chefe dele?' Para você ter noção de como ele era próximo. A gente até achou que ele tinha tomado o golpe também.

A Polícia Civil investiga o caso e identificou quatro registros de ocorrência em diferentes delegacias. Mas, segundo as vítimas, foram feitos pelo menos 25 também na Internet. 

Segundo algumas vítimas, a localização do celular de Matheus teria mostrado que ele chegou a ir para uma rodoviária fora da cidade do Rio. 

A reportagem tentou contato com Matheus e com a família dele, mas não teve resposta. 

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